Um centro de baixa pressão vai ganhar força entre Mato Grosso do Sul e o norte do Paraguai partir do dia 12, próxima terça-feira, e induzir o aporte de umidade na região. A consequência é que podem acontecer rajadas de ventos de 40 a 45kmh entre os municípios de Dourados, Ponta Porã e Amambai.
Na região oeste de Mato Grosso do Sul haverá aumento de nuvens partir da noite de terça-feira entre Corumbá e porto Murtinho com chuvas isoladas. No decorrer da noite, o tempo deve ficar nublado com chuva em todo sul do Estado.
Em Ponta Porã, a chuva deve começar ainda à tarde. Já no dia 13 (quarta-feira) devem ocorrer muitas nuvens entre os municípios de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Paranhos e Corumbá.
No dia seguinte, o tempo deve continuar nublado com chuva e nevoeiro em todo o centro sul do Estado, principalmente na região de Sete Quedas. A frente fria deve se afastar de Mato Grosso do Sul na sexta-feira (15/09) e deve ocorrer abertura de sol com uma forte queda nas temperaturas, chegando a 13°C em Campo Grande, 11°C em Dourados, 9°C em Ponta Porã e 8°C em Amambai
De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão Filho, da Anhanguera/Uniderp, este evento climático não está relacionado com o ciclone extratropical que passou pela região sul do Brasil causando mortes e enchentes. “É um outro evento que está oscilando nos oceanos Pacífico e Índico, conhecido como OMJ. A Oscilação de Madden e Julian (OMJ) é uma forma de onda de calor e umidade que se parece com ondas do mar”, explicou.
As Oscilações Madden-Julian (também conhecidas como Oscilação Intra-sazonal de Madden-Julian ou simplesmente OMJ) são um fenômeno meteorológico que envolve a propagação de áreas de convecção tropical em torno do globo, principalmente nas regiões equatoriais do Oceano Índico e do Pacífico. De acordo com o meteorologista, esse fenômeno é uma das principais fontes de variabilidade intra-sazonal nos padrões climáticos tropicais e subtropicais.
“A OMJ é caracterizada pela formação de áreas de chuvas intensas e convecção tropical que se movem da região oeste do Oceano Índico para leste, atravessando a Bacia do Oceano Índico e, em seguida, continuando em direção à Bacia do Oceano Pacífico. O ciclo completo da OMJ dura cerca de 30 a 60 dias. Os efeitos da MJO podem ser sentidos em várias partes do mundo, afetando os padrões climáticos locais, incluindo a ocorrência de chuvas intensas, secas, ciclones tropicais e outras condições climáticas extremas. A OMJ também desempenha um papel importante na modulação do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENSO) e pode influenciar os padrões climáticos em escala global. A compreensão desse fenômeno climático é importante para a meteorologia e a climatologia, pois ajuda os cientistas a preverem eventos climáticos extremos, melhorando a previsão do tempo em escala regional e global. A OMJ é monitorada através de uma variedade de observações, incluindo satélites, boias oceânicas e outras ferramentas de coleta de dados”, descreveu o professor Nathálio.