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Empresa ligada a líder do PT pagava semanalmente R$ 70 mil ao PCC

Mensagens recuperadas pela polícia no celular de Adauto Soares Jorge, ex-diretor da empresa de ônibus “Transunião”, revelam a realização de pagamentos semanais de R$ 70 mil ao Primeiro Comando da Capital (PCC) através do caixa da companhia.

Os diálogos, parte do inquérito conduzido pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), foram divulgados pelo jornal O Estadão, embora as investigações permaneçam sob sigilo judicial.

A “Transunião” está entre as três empresas de ônibus de São Paulo cujos diretores ou acionistas estão sendo investigados por atividades relacionadas ao PCC. Com uma frota de 467 ônibus, a empresa opera em dois lotes do sistema de transporte público da capital paulista.

As investigações sobre o caso abrangem extorsão, lavagem de dinheiro e associação criminosa, originando-se do inquérito sobre o assassinato de Adauto Soares Jorge em março de 2020, na zona leste de São Paulo. Na ocasião, Jorge estava acompanhado por Devanil Souza Nascimento, conhecido como “Sapo”, um antigo funcionário da Transunião.

Nascimento, que era motorista do vereador Senival Moura (PT), líder da oposição na Câmara Municipal de São Paulo e um dos fundadores da Transunião, foi investigado no inquérito sobre o homicídio, junto com Moura, suspeitos de terem conduzido Jorge até o local do crime.

Ambos negam as acusações, com suas defesas alegando inocência. Em declaração feita em junho de 2022, Senival afirmou: “Operamos com a Transunião até o dia 4 de fevereiro de 2020. No dia 5, teria uma assembleia da empresa, e eu e o Adauto Soares Jorge fomos recomendados a não participar. Quando recebi isso, achei melhor ir embora. Nós criamos essa empresa, mas me desliguei”.

O relatório do inquérito indica que a morte de Adauto Soares Jorge está relacionada a um esquema de desvio de verbas da Transunião para a lavagem de capitais ligados ao crime, especialmente ao PCC.

Segundo a polícia, o PCC tinha um representante na Transunião, identificado como Leonel Moreira Martins, com quem Adauto se comunicava regularmente para tratar de questões da empresa e dos interesses da facção criminosa.

O PCC, alegando desvios de verbas, teria afastado Adauto da presidência da empresa em fevereiro de 2020, substituindo-o por Lourival de França Monário, para favorecer os interesses da facção.

Além dos pagamentos semanais de R$ 70 mil ao PCC, o documento policial destaca cobranças adicionais feitas à empresa relacionadas ao status de membros da facção criminosa.

O PCC também teria determinado a nomeação de Jair Ramos de Freitas, conhecido como “Cachorrão”, como diretor da Transunião, sendo este acusado pelo Deic de ser o responsável pelo assassinato de Adauto Soares Jorge.

O inquérito ainda não foi concluído, aguardando perícias em imagens de câmeras e celulares apreendidos.

Com informações: Gazeta Brasil

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