Após 14 horas de julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande, Messias Cordeiro de Lima, de 25 anos, foi condenado a 45 anos de prisão em regime fechado. O réu foi sentenciado por feminicídio, homicídio qualificado sem possibilidade de defesa e porte ilegal de arma de fogo. A sentença foi lida na noite de quarta-feira (24/04), sob a presidência do juiz Aluísio Pereira dos Santos.
O crime ocorreu em 30 de abril de 2023, quando Messias matou sua ex-namorada Karolina Silva Pereira, de 22 anos, e o amigo dela, Luan Roberto de Oliveira, de 24 anos. Ambos eram colegas de trabalho, com ele atuando como motoentregador em uma pizzaria no Bairro Guanandi, onde ela havia sido contratada uma semana antes do trágico evento.
Durante o julgamento, a defesa de Messias contestou a acusação de problemas mentais, porém, o pedido de teste de insanidade foi negado pela banca de jurados. Sob a condução dos advogados Caio Moura Kai, Antony Martines e Keily Ferreira, a defesa recusou a participação de três mulheres no conselho de sentença, levando o promotor responsável pela acusação, Douglas Oldegardo, a denunciar um comportamento “machista”.
Messias admitiu o crime em juízo, confirmando sua versão dada à polícia de que, movido por raiva incontrolável, atirou em Karolina e Luan, que estavam juntos próximo à casa da ex-namorada. Ele relatou que já havia ficado de tocaia anteriormente e presenciado Karolina beijando Luan, o que o levou a um estado de tormento emocional.
Após os disparos, o réu ligou para a mãe de Karolina para informar sobre o crime, admitindo ser o autor dos tiros que vitimaram sua filha. Karolina foi atingida por dois tiros, um deles fatal, enquanto Luan, mesmo socorrido pelo Samu, não resistiu aos ferimentos.
Além da condenação à prisão, Messias terá que pagar uma multa de R$ 15 mil para cada família das vítimas. O desfecho do julgamento trouxe algum alívio para os familiares das vítimas, porém, evidenciou a tragédia e a dor provocada por atos de violência que deixam marcas indeléveis na sociedade.
