Após ser condenado por salvar a vida de uma jovem e de seu bebê em 2017, o médico argentino Leandro Rodríguez Lastra retorna ao exercício da medicina. Em uma entrevista concedida à TV espanhola EWTN, Rodríguez reafirmou sua convicção de que a vida deve ser defendida sempre, mesmo diante de ordens injustas do sistema de poder.
O caso remonta a 2017, quando Rodríguez estava de plantão em um hospital público na cidade de Cipolletti, na Patagônia, e atendeu uma mulher grávida de 23 semanas que havia tomado uma droga abortiva. Ao perceber que tanto a vida da mulher quanto a da criança estavam em perigo, o médico interrompeu o processo de aborto químico, salvando ambas as vidas.
Entretanto, sua ação foi alvo de controvérsia e ele foi processado por impedir o aborto. Em 2019, foi condenado a um ano e dois meses de prisão, além de ter sua licença para exercer a medicina revogada por dois anos e quatro meses.
Na entrevista, Rodríguez relembra como a mídia retratou a jovem como a grande vítima da história, após ter sido vítima de estupro. No entanto, ele ressalta que a verdade prevaleceu, destacando que tanto a criança quanto a mulher estão bem e saudáveis.
— Uma vez que ela havia sido vítima de estupro, a jovem foi retratada por todos os meios de comunicação como a grande vítima da história, aquela que levou a pior. Mas, terminado o julgamento, ela foi abandonada, ninguém mais se importou com ela. Os argumentos apresentados na época, dizendo que o aborto protegia as mulheres, eram absolutamente falsos. A única coisa que tentaram fazer foi destruir a vida de uma criança que hoje está prestes a completar sete anos, que está feliz, com uma família adotiva cuidando dele e dando a ele o futuro que qualquer um de nós merece. A criança está viva e a mulher que foi vítima de tudo isso está bem, está saudável. A verdade triunfou, apesar das injustiças que sofri.
Para Leandro Rodríguez, o seu caso deve servir de exemplo sobre o que pode acontecer quando os indivíduos ousam contrariar ordens injustas do sistema de poder. No entanto, o médico diz que se comportaria da mesma maneira caso fosse confrontado com uma situação semelhante hoje.
— A objeção de consciência é um direito fundamental, e não podemos desistir de defendê-lo, hoje mais do que nunca. Quando fui condenado, buscaram criar em mim uma espécie de remorso. Não. A mensagem é a mesma, e sempre com mais convicção: a vida deve ser defendida. Isso não se discute.
(Com informações da ACI Digital.)