A China tem contribuído de forma gigantesca para a crise ambiental global, sem sofrer a mesma pressão internacional que outros países enfrentam. Enquanto governos e ativistas ambientais no Ocidente se esforçam para limitar emissões e proteger o meio ambiente, o país asiático mantém suas práticas poluentes sem ser alvo de movimentos ecologistas ou ONGs internacionais.
De acordo com o jornal inglês The Guardian, a situação ambiental na China é grave, ao ponto de “a água potável ser tão perigosa quanto o ar que se respira”. Apesar disso, a realidade chinesa recebe pouca atenção de entidades e personalidades ocidentais, que geralmente criticam outros países por suas práticas poluentes.
Violação de diretrizes ambientais
O Wall Street Journal destacou que a China ignora as diretrizes ambientais estabelecidas por organismos como a ONU e a União Europeia, que são rigorosamente aplicadas a outras nações. O artigo intitulado “Por que a China Vermelha sempre tem sinal verde em questões ambientais?” questiona o tratamento diferenciado dado ao regime chinês em relação às suas responsabilidades ambientais.
Embora o presidente chinês, Xi Jinping, prometa reduzir emissões e promover a sustentabilidade, a China continua a ser o maior emissor de dióxido de carbono no mundo. O país emite 50% mais CO2 do que Europa, Estados Unidos e Japão juntos, fato que não gera reações significativas, nem de figuras proeminentes como Greta Thunberg.
Impactos ambientais
Além das emissões de carbono, a China enfrenta uma crise hídrica. Em vastas áreas do país, a água é imprópria para consumo humano ou agrícola, resultado de projetos de desvio de rios e má gestão de reservatórios. Essa situação tem provocado inundações em diversas cidades durante a temporada de chuvas.
No ambiente marinho, a Marinha chinesa tem destruído ecossistemas, especialmente no Mar do Sul da China. A construção de bases militares em recifes de coral devastou uma área de aproximadamente 90 milhas quadradas, sem gerar protestos relevantes da comunidade internacional.
Omissão dos movimentos ecológicos
A falta de condenação às práticas ambientais chinesas levanta questões sobre a imparcialidade dos movimentos ecologistas globais. Enquanto países ocidentais são constantemente criticados por sua pegada ambiental, a China permanece em grande parte isenta dessas críticas, mesmo com relatos de que, em 2017, 1,24 milhão de pessoas morreram devido à poluição atmosférica.
A ambientalista Natalie Grant Wraga, em alerta ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirmou que a questão ambiental tem sido usada como “uma ferramenta para atacar o Ocidente”, com o objetivo de enfraquecer suas bases industriais e sociais.
Silêncio internacional
A falta de ação ou condenação frente às práticas ambientais da China questiona a sinceridade de muitos movimentos ecologistas globais. Se a preocupação com o meio ambiente fosse genuína, seria necessária uma abordagem mais crítica em relação às políticas ambientais chinesas, assim como ocorre com outras nações. Contudo, o silêncio permanece, enquanto a China expande suas atividades poluentes.
Com informações: Terça Livre