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A decadência da família é a raiz de muitos problemas sociais, diz ganhador de Prêmio Nobel

Economista critica políticas sociais e destaca a importância da família

Negligência da família nas políticas sociais

Olhar 67 - A decadência da família é a raiz de muitos problemas sociais, diz ganhador de Prêmio Nobel
James Heckman. Foto: Reprodução Internet

O economista James Heckman, vencedor do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas em 2000, declarou que as políticas sociais nas sociedades ocidentais negligenciam a importância da família. Em entrevista ao jornal Neue Zürcher Zeitung, Heckman afirmou: “A política social é cada vez mais dominada pelos interesses particulares de grupos individuais. Infelizmente, isso significa que a sociedade está cada vez mais perdendo de vista o bem comum”. Ele destacou que o foco excessivo em programas de bem-estar social, como as aposentadorias, contribui para essa fragmentação social.

A fragmentação social e a dependência do Estado

Heckman explicou que a sociedade está se dividindo em diferentes grupos de interesse, o que gera uma relação de dependência mútua com o Estado. Ele comentou: “Nossa sociedade está se dividindo cada vez mais em diferentes grupos de interesse que principalmente querem se apresentar como vítimas”. O economista citou o exemplo da Dinamarca, onde um sistema de bem-estar social generoso não conseguiu melhorar significativamente a mobilidade social.

Família como chave para a igualdade de oportunidades

Para Heckman, a solução dos problemas sociais passa pela valorização das estruturas familiares. Ele destacou que, no caso da pobreza infantil, a questão vai além da falta de dinheiro. “A pobreza das crianças afetadas é muitas vezes muito mais abrangente. Elas também carecem de uma família estruturada e de um ambiente que promova seus talentos”, afirmou. Heckman citou o exemplo de um programa bem-sucedido na Jamaica, no qual mães experientes ajudam jovens pais no trabalho de criação dos filhos.

Educação e saúde mental dependem da família

O economista também discutiu a relação entre educação, saúde mental e estrutura familiar. “Crianças que recebem mais atenção aos três ou quatro anos são significativamente mais bem-sucedidas na vida adulta”, declarou Heckman. Ele relacionou o aumento de doenças mentais entre os jovens ao declínio da família, mencionando que a falta de recursos familiares afeta diretamente o bem-estar das crianças.

Responsabilidade compartilhada entre Estado e cidadãos

Heckman concluiu que, para o bem-estar social funcionar de maneira eficaz, é necessário um maior senso de responsabilidade. “Os governos devem assumir um papel de liderança mais forte estabelecendo os valores da sociedade. Ao mesmo tempo, os cidadãos também devem assumir mais responsabilidade por suas próprias ações”, afirmou. O economista sugeriu que o princípio meritocrático deve ser mantido, recompensando aqueles que se destacam por suas realizações.

Crédito: Entrevista concedida ao jornal Neue Zürcher Zeitung (NZZ).

Tradução: P. Pedro Pereira Borges, SDB

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