Filas de caminhões e paralisação de operações
Auditores da Receita Federal em Mato Grosso do Sul iniciaram nesta quinta-feira (23/01) uma paralisação que impacta diretamente a fronteira entre Brasil e Paraguai, em especial na região de Ponta Porã. Desde o início do dia, despachantes aduaneiros enfrentam dificuldades para realizar operações, gerando filas extensas de caminhões e a suspensão das atividades de importação e exportação.
Relatos de despachantes e gargalo logístico
Anderson, despachante aduaneiro, destacou os prejuízos causados pela interrupção das operações. Segundo ele, nenhuma carreta está sendo liberada. “Não estão liberando nenhuma carreta. Não há pesagem na balança; tudo está parado. Nada entra nem sai. Assim, não consigo realizar o desembaraço das cargas nem liberar mercadorias enquanto a Receita não retomar suas atividades”, afirmou.
Mobilização nacional e reivindicações
A paralisação integra uma mobilização nacional dos auditores-fiscais, que intensificaram as operações de fiscalização na fronteira sob o modelo “risco zero”. Desde 2022, a categoria negocia com o governo federal a atualização salarial. A principal demanda é um reajuste mínimo de 19%, equiparando-se ao menor índice concedido a outras categorias do serviço público. Além disso, os auditores pedem reposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.
Impactos e ausência de previsão para normalização
Em nota, a Receita Federal informou que não se pronunciará sobre os movimentos, mas esclareceu que se trata de uma operação padrão. O Sindifisco-MS também comunicou que não há previsão de retorno das atividades. Um representante do sindicato reforçou a insatisfação da categoria: “Esperamos que apresentem uma solução em breve. Mas isso está fora do nosso controle, assim como o reajuste de preços que consome nosso poder de compra”.
Reflexos no comércio e economia regional
A situação preocupa empresários e trabalhadores da região, que já contabilizam prejuízos devido à paralisação das operações. Enquanto isso, o comércio fronteiriço enfrenta gargalos logísticos que podem gerar impactos econômicos significativos para os dois países.
Com informações: Sindifisco