A chuva forte que caiu sobre Campo Grande na tarde desta terça-feira (18/03) faz parte do ciclo romanceado e decantado das águas que encerram a estação do verão. Mas, de acordo com o “Prognóstico de Outono” divulgado pelo meteorologista Natálio Abrahão Filho, da Uniderp, a chuva não deve ser uma presença constante em Mato Grosso do Sul nos próximos meses.
Equinócio e início da estação
O outono de 2025 terá início no dia 20 de março, às 5h01, e terminará em 20 de junho, às 22h42. Durante o equinócio, nos dias 19, 20 e 21 de março, o dia e a noite terão a mesma duração de doze horas. No final da estação, entre 21 e 23 de junho, os dias serão mais curtos e as noites, mais longas.
Temperaturas acima da média
As previsões indicam que Mato Grosso do Sul terá temperaturas superiores à média durante o outono. O meteorologista Natálio Abrahão Filho afirmou que “as temperaturas estarão acima da média, com variações de calor mais intensas que o normal em praticamente todo o estado”. Essa tendência pode resultar em veranicos, períodos quentes e secos em uma estação tipicamente mais amena.
No início da estação, as chuvas continuarão ocorrendo de forma isolada, mantendo altas temperaturas e umidade relativa acima de 65%. No decorrer do período, a umidade cairá progressivamente, podendo atingir níveis abaixo de 20% já em maio. O professor destacou que “as tardes terão sensação de abafamento devido à queda da umidade relativa do ar”.
Redução das chuvas e risco de estiagem
As previsões indicam chuvas abaixo da média para grande parte do estado. Em abril e maio, a redução pode chegar a 40%, principalmente nas regiões Sul e Sudoeste. Em junho, a diminuição será mais intensa, aumentando o risco de queimadas. Regiões como Corumbá e Coxim terão “longos períodos de estiagem e umidade baixa”.
Os valores médios de chuva esperados para o trimestre variam entre 82 mm em Corumbá e 250 mm em Dourados. O meteorologista alertou que “a falta de chuvas induz ao baixo teor de água no solo, provocando estiagens significativas neste outono”.
Frentes frias e amplitude térmica
A chegada de frentes frias será esporádica e de baixa intensidade. Episódios de frio mais intenso podem ocorrer em junho, mas sem previsão de geadas significativas. Em alguns pontos do estado, como Dourados, as temperaturas poderão cair abaixo de 9°C. No entanto, o professor enfatizou que “as massas de ar que chegarem ao estado serão de média intensidade”.
A amplitude térmica será uma característica marcante, com máximas acima de 30°C durante as tardes e mínimas abaixo de 20°C pela manhã. Essas variações podem intensificar a formação de névoa seca e fumaça, agravando a qualidade do ar.
Condições do fenômeno El Niño e La Niña
As projeções indicam um período de neutralidade do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENSO) até o final do ano. De acordo com o meteorologista, “as atuais condições de neutralidade persistirão pelo menos até setembro, podendo favorecer variações de frio em maio e junho”.
Risco de queimadas e impactos ambientais
A baixa umidade e a ausência prolongada de chuvas aumentarão os riscos de incêndios florestais, especialmente no Oeste, Noroeste e Norte do estado. Segundo o meteorologista, “as possibilidades de incêndios e queimadas continuarão durante o outono, pois a atmosfera será altamente favorável a essa prática”.
As condições atmosféricas previstas também podem afetar a agricultura, principalmente cultivos de inverno e safrinhas. A falta de chuvas impactará a recuperação da vegetação em áreas que já sofreram degradação em anos anteriores.
O prognóstico foi elaborado com base em modelos meteorológicos da UNIDERP, sendo um indicativo das tendências climáticas para a estação.
