Brasil exporta corrupção e impunidade
Durante os anos do petrolão, empreiteiras brasileiras corromperam políticos em mais de 12 países. A Lava Jato revelou o esquema e provocou prisões no exterior.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal anulou provas e processos relacionados à operação. “Com a anulação em série da Lava Jato, o Brasil passou a exportar também impunidade”, afirmou Deltan Dallagnol, ex-procurador da República, que atuou na operação Lava Jato, em artigo publicado pelo jornal “Gazeta do Povo”. O ex-procurador criticou decisões de ministros como Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
Segundo ele, Toffoli anulou provas usadas por países estrangeiros.
Ex-presidente do Peru é condenado e preso
A Justiça do Peru condenou Ollanta Humala e sua esposa, Nadine Heredia, a 15 anos de prisão. Eles receberam propinas de Hugo Chávez e da Odebrecht, segundo a acusação.
Os valores financiaram campanhas eleitorais de 2006 e 2011. “Foi de forma idêntica ao que o PT fazia no Brasil”, disse Dallagnol. Humala já está preso e pode permanecer na cadeia até 2039. Outros ex-presidentes peruanos também foram presos ou investigados por envolvimento com a Lava Jato.
Esposa de Humala busca refúgio na embaixada brasileira
Após a condenação, Nadine Heredia procurou a embaixada do Brasil em Lima e pediu asilo diplomático. Ela não buscou embaixadas de países como Estados Unidos, França ou Japão. “Ela foi ao local onde sabia que sua impunidade estaria garantida”, declarou Dallagnol. O advogado de Nadine é Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo ‘Prerrogativas’. O grupo tem influência no governo Lula e ocupa mais de 28 cargos de alto escalão no governo brasileiro. Marco Aurélio também é amigo pessoal de Lula e atuou politicamente durante a Lava Jato.
Governo brasileiro envia avião oficial para buscar Nadine
O governo Lula enviou uma aeronave da FAB para trazer Nadine ao Brasil. Segundo Dallagnol, ela deve ser recebida com apoio e proteção. “Será acolhida no reino da impunidade que o Brasil se tornou”, afirmou. Ele criticou o uso de recursos públicos para a operação. “O fato de que a viagem foi paga por todos nós nem merece destaque”, disse o ex-procurador.
STF autoriza libertação de narcotraficante búlgaro
No mesmo dia, o ministro Alexandre de Moraes determinou a soltura de Vasil Georgiev Vasilev. O búlgaro foi preso com 52 quilos de cocaína em Barcelona e aguardava extradição. Moraes o transferiu para prisão domiciliar em reação à Espanha, que não aceitou o pedido de extradição do jornalista brasileiro, Oswaldo Eustáquio. A Justiça da Espanha recusou a solicitação sob o argumento de que os atos atribuídos a Eustáquio não configuram crime no país e estão protegidos pelo direito à liberdade de expressão.
Dallagnol criticou a decisão do STF: “Em seu ‘chilique supremo’, Moraes tirou da cadeia um narcotraficante internacional”. Segundo ele, o criminoso agora pode retomar suas atividades ilegais sem controle. “Ele pode montar um novo império criminoso aqui mesmo”, afirmou.
Críticos apontam Brasil como refúgio de criminosos internacionais
Dallagnol acusou o governo e o STF de transformarem o Brasil em porto seguro para criminosos. “A festa é aqui… a festa da impunidade”, declarou. Ele ainda afirmou que o país virou abrigo para corruptos e traficantes. “Em pouco tempo, eles serão tratados como cidadãos de bem. E você, brasileiro, será o criminoso”, concluiu.
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