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Cigarros eletrônicos estão na mira da Anvisa

Agência vai receber evidências técnicas e científicas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou a etapa de participação social no processo que analisa o consumo de cigarros eletrônicos nesta segunda-feira (11/04). Nesta fase, a Anvisa vai receber evidências técnicas e científicas sobre esses produtos, também conhecidos como Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF).

O objetivo da agência é reunir informações a favor e contra o uso do cigarro com fundamentação científica, fornecidas por pesquisadores e instituições, para embasar decisões futuras envolvendo a comercialização e o uso desses produtos.

Logo após a abertura do processo pela Anvisa, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), já se posicionou veementemente contra a liberação dos cigarros eletrônicos. Para a entidade, eles são uma ameaça à saúde pública. “Não existe risco reduzido quando o assunto é tabagismo. Cigarro eletrônico nada mais é que uma nova versão do cigarro antigo com a tecnologia incorporada, mas com a intenção de vender a mesma droga. A maioria destes produtos aquecidos contêm nicotina, que é altamente viciante. Ao inovar para atrair o público jovem, a indústria tabagista aumenta as chances deles se tornarem fumantes de cigarros tradicionais quando adulto”, destaca Alberto Araújo, presidente da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB.

Outro médico da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia também alertou que os cigarros eletrônicos têm um grande apelo entre os jovens, aumentando o índice de novos fumantes no país. “Os cigarros eletrônicos (em especial os com formato de pen drive) causam uma síndrome de abstinência sem precedentes. São pacientes que ficam extremamente agressivos, irritados e que, muitas vezes, precisam ser internados. Com o surgimento da EVALI em 2019, doença pulmonar provocada pelo uso de DEFs, vimos o quanto estes produtos são prejudiciais à saúde. É preciso conscientizar a população sobre estes riscos e, assim, combater o tabagismo”, avalia Lincoln Ferreira, presidente da AMB.  

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também se posicionou contra a liberação dos cigarros eletrônicos, e está promovendo um abaixo-assinado sobre o tema. Atualmente, a resolução em vigor da Avisa proíbe a importação, comercialização e a veiculação de propaganda desses produtos em todo o país. A coleta de informações da agência sobre os dispositivos eletrônicos para fumar vai até o dia 11 de maio.

Com informações: Agência Brasil e SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia)

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