A chamada “bandeira vermelha”, que aumentava a conta de luz em R$ 14,20 a cada 100 kW/h consumidos foi encerrada no dia 6 de abril. A medida estava em vigor desde setembro de 2021, quando uma crise hídrica afetou o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas do país. No entanto, o consumidor sul-mato-grossense não teve nem tempo de comemorar o fim da cobrança. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou por unanimidade nesta terça-feira (12/04) um reajuste médio de 18,16% da Energisa para os mais de 1 milhão de consumidores do Estado. A decisão eleva a tarifa de energia para a terceira mais alta do País, a partir do dia 21.
A medida ainda deve entrar em vigor no dia 16 de abril, mas já é alvo de uma reação liderada pela Associação Estadual de Defesa da Cidadania e do Consumidor, a ADECC/MS. De acordo com a associação, o aumento contradiz com a nova realidade financeira do País, pois é muito superior à inflação do período apontada pelo IPCA que foi, de março à março, de 11,3% e maior ainda que o reajuste de 10,2% do salário mínimo. A associação considera que o aumento deve elevar ainda mais o lucro da concessionária que, no ano passado, acumulou faturamento de R$ 5,8 bilhões, apenas em Mato Grosso do Sul. Foram R$ 873,3 milhões só no primeiro trimestre — um crescimento de 50,1%. Já no segundo trimestre, esse mesmo lucro foi de R$ 749 milhões e no terceiro trimestre aumentou para R$ 863,9 milhões.
Histórico — Mais de quatro anos após a presidente Dilma Rousseff intervir no setor elétrico (2014) para reduzir a conta de luz em 20% – queda que foi anulada por aumentos que ultrapassaram 50% em 2015 -, um novo esqueleto do setor elétrico ganhou corpo em 2016 quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) bateu o martelo e definiu em R$ 62,2 bilhões o valor de indenizações a transmissoras de energia. Por isso, o consumidor brasileiro vai arcar com esta fatura nas contas de luz até 2025.
Com a intenção de barrar o aumento, a ADECC/MS está promovendo um ABAIXO-ASSINADO online para que a comunidade possa protestar contra a medida.