O estudo foi divulgado na quinta-feira (9/06) durante o seminário Agricultura, Pecuária, Energia e o Efeito Poupa-Florestas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na projeção da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O Brasil está entre os países que mais diminuem a emissão de gases de efeito estufa durante os processos de produção agropecuária, desde o plantio até a colheita.
Trata-se de um Comparativo Internacional, que mostra o Brasil à frente de outros países agroexportadores em termos de crescimento da produtividade baseada em ciência e tecnologia e em produção por unidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O evento, que contou a presença de autoridades e especialistas brasileiros e de organismos internacionais, analisou a posição do Brasil em diversos indicadores de sustentabilidade frente a sete grandes agroexportadores: Argentina, Canadá, China, França, Alemanha, Índia e Estados Unidos. Dois indicadores tiveram destaque na apresentação de José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, coordenador de Estudos em Sustentabilidade Ambiental do Ipea e autor do estudo: o efeito poupa-florestas, que busca apontar a extensão de terras poupada devido às mudanças tecnológicas e técnicas na produção agropecuária, e a emissão de gases de efeito estufa por unidade de produção.
“O efeito poupa-florestas no Brasil é o maior entre os países comparados”, disse o pesquisador, ao ressaltar que esse indicador alcançou 43,2% do território nacional em 2020. “A área poupada é maior do que a efetivamente utilizada na agropecuária brasileira, enquanto Alemanha e França sempre pouparam pouco em seus territórios”, explicou. Depois do Brasil, o país com melhor desempenho nesse indicador é a Índia, com 34,5%. No entanto, o desempenho indiano esteve associado exclusivamente à produção agrícola. Já o brasileiro se deve aos ganhos de produtividade na agricultura e pecuária.
Por sua vez, a produção brasileira por unidade de emissão de GEE tem crescido continuamente, entre outros fatores, devido ao avanço da mudança tecnológica e aos investimentos em produção de baixo carbono. A economia brasileira é a que apresentou a melhor taxa de crescimento do indicador baseado na produção agropecuária por emissões totais de gases estufa entre 1990 e 2020, de acordo com o estudo – 3,92% na pecuária e 3,93% na agricultura. Segundo Vieira Filho, os resultados evidenciam que um quilo de alimento produzido hoje gera menos emissões, e o Brasil lidera esta corrida mundial por uma produção mais sustentável.
Com informações: Gazeta Brasil, Agência Brasil, Agro Canal