O projeto foi elaborado pelo Instituto Homem Pantaneiro / IHP – numa ação conjunta com o Ministério do Meio Ambiente e conta com câmeras de alta definição para monitorar um raio de 300 quilômetros ao redor do Parque Nacional do Pantanal e no seu entorno de forma ininterrupta.
O monitoramento conta com a participação de ONGs locais e empresas privadas. As câmeras de alta definição estão sendo instaladas em torres de comunicação. “Essas antenas vão otimizar bastante o tempo de detecção de incêndios. Sem esse sistema, ao se detectar um foco de incêndio, tinha um tempo de até três horas até a mobilização das brigadas. Hoje, com essa tecnologia, consegue detectar o foco em três e minutos e já, prontamente, consegue mobilizar toda a rede de brigadistas, voluntários, todos os pessoais das fazendas do entorno, dos órgãos locais e do ICMBio, com participação do ponto de apoio do Parque Nacional do Pantanal”, ressaltou a secretária da Amazônia e Serviços Ambientais do Ministério do Meio Ambiente, Marta Giannichi.
As imagens são transmitidas até uma central de monitoramento, que fica na sede do IHP, em Corumbá. São cinco câmeras que cobrem um raio de detecção automática de 15 quilômetros, podendo chegar a 40 quilômetros, girando a 360°. Com isso, a área de cobertura chega a 70 mil hectares.
Brigadista desde 2018, Manuel Garcia da Silva conta que o acionamento das equipes levava até quatro dias e que agora será imediato. “É uma ferramenta que veio para nos auxiliar muito, a gente vai saber onde está o foco do incêndio, o local certo com as coordenadas”, explica.
O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e ocupa uma área aproximada de 150.355 km², 1,76% do território brasileiro. “Esse desafio de lidar com o Pantanal devido às dimensões só será positivo se conseguirmos parcerias estratégicas. Eu não tenho dúvida em afirmar que a parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Chico Mendes, principalmente na cedência dos helicópteros, nós conseguimos trazer uma revolução no Pantanal. A revolução da tecnologia que a instalação de câmeras que vão permitir que nós tenhamos a cobertura de mais de um milhão de hectares em reservas, em áreas protegidas que são do próprio interesse do Ministério, ao mesmo tempo contemplam comunidades ribeirinhas, fazendas, que também foram sacrificadas no fogo”, disse o presidente do IHP, Ângelo Rabelo.
No ano passado, o ICMBio assinou um acordo com o IHP que prevê a realização de aceiros, um novo sistema de monitoramento de embarcações e o impulso a pesquisas científicas sobre o impacto do fogo no Parque Nacional do Pantanal. “O Nosso Parque Nacional tem a sorte de estar num ambiente cercado de RPPN, Reservas Particulares do Patrimônio Natural, que também conservam e trabalham pela proteção ambiental. O que temos aqui é a união entre empreendedores da conservação, pessoas que dedicam o seu tempo para promover a questão socioambiental de uma maneira muito importante. Nós temos uma parceria entre o Parque Nacional, o ICMBio e o Instituto Homem Pantaneiro que vem fortalecendo o potencial para prevenir e combater os incêndios florestais”, destacou o presidente do ICMBio, Marcos Simanovic.
Com informações: ASCOM MMA