O Parque Natural Municipal do Pombo localizado em Três Lagoas está entre os maiores complexos de preservação de vegetação e fauna de Cerrado do Mato Grosso do Sul, visitado por Institutos de pesquisas e Universidades.
Pesquisadores do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), têm desenvolvido ações no parque desde abril deste ano. Com o auxílio de armadilhas fotográficas, a equipe do Projeto Tatu-canastra monitoram os 8.032 hectares de área preservados para identificar o número de indivíduos de tatus-canastras que vivem no local. Além dos tatus, outros animais ameaçados de extinção foram registrados pelas câmeras.
“Nestes quatro meses, além do nosso foco que é o tatu-canastra, conseguimos registrar a presença de animais raros como o cachorro-vinagre, queixada, anta, tatu do rabo-mole, tamanduá-bandeira, onça-parda, mutum de penacho, entre outros. Isto demonstra que o Parque do Pombo é um dos poucos lugares que oferecem segurança à estas espécies e devemos manter essa preservação”, destacou o biólogo do Instituto Tatu-canastra, Gabriel Massocato.
O secretário de Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA), Mauro De Grandi, falou sobre as benfeitorias do Parque, em parceria com a Prefeitura de Três Lagoas. “Foram anos de trabalho e projetos para colocar o nosso Parque no patamar em que está. Hoje, temos um complexo adequado para recepcionar estudantes, pesquisadores e visitantes”, comentou.
Mauro destacou ainda que o acesso à reserva com abertura de trilhas e estradas foi feito sem causar riscos à fauna e flora e falou sobre a importância do trabalho de pesquisa. “É uma grande satisfação receber estes institutos e universidades que, sem dúvidas, nos ajudam a compreender e preservar as nossas riquezas”, explicou.
O biólogo da SEMEA, Flávio Fardin, destacou a importância dessas parcerias. “O Parque do Pombo hoje é referência em conservação de cerrado. Os pesquisadores podem contar com a estrutura do Complexo Receptivo, onde há sanitários, alojamento e cozinha, além disto, sempre que possível, a equipe técnica da SEMEA está acompanhando as pesquisas realizadas no parque. É um importante troca de conhecimento e vivência quando recebemos esses profissionais, sendo positivo para ambos os lados.”
MONITORAMENTO
Gabriel explicou que o trabalho é desenvolvido com o uso de armadilhas fotográficas instaladas em diversos pontos da reserva. Os dispositivos possuem um sensor que permite a captura de imagens com o movimento do animal. Elas ficam ligadas 24 horas e as imagens capturadas são armazenadas em um cartão de memória, que são verificados a cada 15 dias.
O trabalho de Gabriel, frente ao Projeto Tatu-canastra, está sendo acompanhado pela bióloga Millena Castro Ribeiro da Universidade de Brasília (UNB), voluntária e interessada em multiplicar o trabalho na região de Cerrado em Brasília. “Estou aqui para aprender e absorver tudo sobre essas espécies raras, para posteriormente apresentar na UNB. A estrutura que a Prefeitura oferece é impressionante e muito contribui para a qualidade da pesquisa”, disse.
Gabriel falou sobre a parceria com o SEMEA. “Sem palavras para agradecer todo apoio que a equipe técnica da SEMEA tem nos dados nestes meses de trabalho, tanto a troca de informações com o Flávio Fardin, Biólogo da SEMEA, quanto à preocupação do secretário Mauro com os resultados do monitoramento. Quero estender o agradecimento ao prefeito Angelo Guerreiro pelos investimentos em prol do meio ambiente, isso coloca Três Lagoas como referência em qualquer pesquisa de área e preservação ambiental. Isso não se vê em qualquer cidade”, finalizou.
SERVIÇO
Por enquanto, o Parque Natural do Pombo está aberto apenas para institutos, universidades e pesquisadores. Interessados podem obter mais informações pelo telefone (67) 3929-1248 ou na própria SEMEA, localizada na Rua Munir Thomé, 494 – Centro, em Três Lagoas.