A Associação Nacional Dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – ANVFEB / MS divulgou nota de pesar pelo falecimento do ex-pracinha da FEB, Sr André Ragalzi, aos 101 anos de idade. Com esta morte, dos quase mil pracinhas de Mato Grosso do Sul que foram com a FEB para a Itália, entre os anos de 1944 e 1945, resta apenas um remanescente, estando ele com mais de cem anos. O ex-combatente residia na cidade de Jardim – MS. “A irreparável perda de hoje é mais uma dura e inesperada “baixa” na ANVFEB / MS e na nossa História”, descreve a nota.
“Há quase um ano, por ocasião do aniversário de cem anos do Sr André Ragalzi, iniciávamos uma mensagem de felicitações subordinada ao título “100” medo de viver; “100” medo de lutar! E a mensagem prosseguia, afirmando que ele havia realizado a façanha de viajar no tempo por 100 anos, do passado até então, trazendo-nos valiosas memórias e ensinamentos, e que ele não era apenas um mero “passageiro” ou expectador dessa “viagem no tempo”, porque ele havia feito muito mais, havia sido um dos protagonistas”, narra o Presidente da ANVFEB / MS na publicação.
O Sr André Ragalzi era natural de Aquidauana – MS, nascido em 30 de novembro de 1921. Incorporou no Exército Brasileiro em 1944, no 1º Esquadrão do 10º Regimento de Cavalaria, de Bela Vista – MS, e integrou a Força Expedicionária Brasileira – FEB, como Soldado (1G-293588), no 6º Regimento de Infantaria (6º RI), de Caçapava – SP.
Durante a guerra, embarcou para a Itália no 1º escalão da Força Expedicionária Brasileira – FEB, em 2 julho 1944, no navio de transporte de tropas norte-americano Gen Mann e permaneceu na luta contra os nazistas até o final da guerra. Regressou da Itália em 18 julho de 1945. Participou ativamente de toda a Campanha no Teatro de Operações da Itália, com destaque para as batalhas de Monte Prano, Zocca, Camaiore, Monte Castelo, Montese, Colechio e da rendição da 148ª Divisão de Infantaria Alemã, em Fornovo di Taro, dentre outras.
Lutou contra o nazismo, pela liberdade dos povos, pela igualdade entre as nações, pela igualdade entre as pessoas, pela democracia e pela PAZ. Depois da guerra, já no Brasil, regressou à vida normal, tendo recebido, legalmente, em 1967, o status de “ex-combatente” da 2ª Guerra Mundial, conforme a Lei nº 5.315, de 12 SET 1967, e, posteriormente, em 1988, sido reformado, passando a receber a Pensão Especial de Ex-combatente, equivalente ao posto de 2º Tenente, conforme o artigo 53, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal / 1988.
Pela sua conduta como cidadão exemplar, na guerra e na paz, durante toda a sua vida, tornou-se pessoa pública bem conhecida em Mato Grosso do Sul e no Brasil, tendo recebido diversas condecorações e títulos, tais como a Medalha de Campanha da Força Expedicionária Brasileira, do Governo Brasileiro, por ter participado na guerra, Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes, da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira – ANVFEB, Medalha do Mérito Força Expedicionária Brasileira, da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul-ALMS, Medalha da Vitória, do Ministério da Defesa – MD; e Medalha Cruz Européia, da Federação Italiana dos Combatentes Aliados – FIDCA. O Sr André Ragalzi, deixa a viúva, onze filhos, vinte netos e vinte e quatro bisnetos. Deixa, também, a missão cumprida e um grande legado para a posteridade