Síndrome de Burnout é um transtorno psíquico que provoca esgotamento físico e mental. Sua manifestação está diretamente relacionada ao ambiente de trabalho, ou seja, não decorre de outro contexto e não deve ser confundida com cansaço comum, rotineiro. Em razão da pandemia, a saúde mental dos trabalhadores brasileiros foi afetada, evidenciando sintomas como ansiedade e aumento do nível de estresse.
De acordo com a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da faculdade Anhanguera, Flavia Farias, a Síndrome tem tratamento, que deve ser realizado desde os primeiros sintomas. “Para além do uso de medicamentos e do acompanhamento médico, é importante que o paciente receba o apoio de sua rede de familiares, amigos e colegas de trabalho, para que sua recuperação seja completa”, afirma.
De acordo com um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a pandemia e o isolamento social afetaram a saúde mental dos trabalhadores que atuam em áreas essenciais. A pesquisa revelou que sintomas de ansiedade e depressão atingem 47,3% desses trabalhadores, no Brasil e na Espanha.
“É uma doença mental que surge após o indivíduo passar por situações de trabalho desgastantes, ou seja, que requerem muita responsabilidade. Essa síndrome é caracterizada por excesso de trabalho vinculado à pressão”, diz a especialista. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão atinge hoje cerca de 12 milhões de brasileiros e até 2030 deverá ser a doença mais comum no país.
A professora destaca que a pandemia e o isolamento social, associados à sobrecarga de trabalho no home office, fizeram com muitos brasileiros passassem a consumir bebidas alcoólicas diariamente, além das dificuldades no sono. “Um dos sintomas mais aparentes é a ansiedade. Toda essa pressão, resulta em uma depressão profunda, que precisa de acompanhamento médico constante. A tendência é que a síndrome de burnout se torne cada vez mais comum, e seu diagnóstico é realizado por meio de uma consulta médica com um psicólogo ou um psiquiatra”, ressalta.
A especialista ressalta que é de fundamental importância que as empresas agreguem a saúde mental na sua cultura. “Dessa forma, dará um suporte para que haja um ambiente saudável e mais humano entre as pessoas, por meio de políticas que visem destacar a saúde mental, como palestras, oferecimento de parceria para acompanhamento psicológico e momentos para a abertura de escuta dos colaboradores”, pontua.
Dicas – Flavia Farias um alerta: se não tratada, a Síndrome de Burnout pode desencadear outras doenças como hipertensão, complicações cardiovasculares e gástricas. Por isso, é importante manter um alerta sempre que esses sintomas surgirem: cansaço excessivo, dor de cabeça frequente, fadiga, pressão alta, dores musculares, distúrbios gastrointestinais e alterações nos batimentos cardíacos. Confira as dicas da especialista para prevenir e tratar a Síndrome:
– Busque ajuda psicológica e psiquiátrica: a psicoterapia é realizada por intermédio de um profissional psicólogo e é um importante instrumento para ajudar na identificação e tratamento de doenças mentais. Já no atendimento psiquiátrico, o médico pode avaliar, dentre outros aspectos, a necessidade do tratamento medicamentoso;
– Mantenha uma rotina saudável de sono, respeitando horários, evitando mexer no celular em momentos próximos de deitar-se, e busque dormir pelo menos 8 horas por noite;
– Faça atividades físicas regularmente: recomenda-se pelo menos 150 minutos por semana;
– Aproveite os momentos de lazer, para se desligar do trabalho nas horas vagas: pode ser leitura, passeios ao ar livre ou pedaladas. Algo que te faça bem;
– Não tome remédios sem prescrição médica;
– Evite consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e outras drogas.
Com informações: Assessoria de Comunicação / Anhanguera