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Semana Nacional de Prevenção do câncer bucal revela dados preocupantes do aumento de casos em MS

Índice de diagnóstico no público jovem vem aumentando e está relacionado ao uso de cigarro eletrônico

No Brasil, a média de novos casos de câncer bucal é de 11 mil em homens e 4 mil em mulheres, por ano. Os números levantados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), apontam que, a cada 100 mil homens, 10 casos surgirão da doença; e a cada 100 mil mulheres, pouco mais de 3, elevando a doença ao topo entre os mais frequentes tipos de cânceres.

Fernanda Santiago, médica e professora de Odontologia da Uniderp, destaca o aumento de casos de câncer bucal no público mais jovem e relaciona esse crescimento ao uso de cigarro eletrônico. “Nenhum cigarro faz bem, pois é composto de nicotina. No entanto, o cigarro eletrônico, além da nicotina tem um dispositivo que faz ele aquecer para sair o vapor. Esse dispositivo contém formol, provocando alterações nas células do DNA, levando ao surgimento de lesões pré-cancerizáveis. O uso está constante e em grande quantidade, o que só aumenta a incidência de doenças muito graves, como os carcinomas”, menciona.

De acordo com dados do Inca, a estimativa de casos de câncer na cavidade oral, em Mato Grosso do Sul, é de 220 novos casos este ano, sendo 170 entre homens e 50 entre mulheres. Apenas em Campo Grande, a estimativa é de 80 casos. De modo geral, no Brasil serão 15.190. “Em mortalidade, os números indicam uma estimativa preocupante. Caso os índices se mantenham, os números de óbitos serão de 5.468 até 2023”, alerta a especialista.

Também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral, o tumor maligno pode afetar lábios, gengivas, bochechas, céu da boca e língua. “Mais comum em homens acima de 40 anos, mas ganhando espaço entre o público mais jovem por conta do cigarro eletrônico, a maior parte dos casos é diagnosticada em estágio já avançado e o tratamento merece atenção”, afirma o coordenador de Odontologia da Uniderp, Luiz Fernando Maziero.

Entre os fatores que contribuem para o surgimento do tumor, o médico destaca o tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, exposição ao sol sem proteção, excesso de gordura corporal, o contato constate com amianto, fuligem de carvão, bem como poeira de madeira, couro, cimento e cereais, além de infecção por papilomavírus humano (HPV). “Não ignorar qualquer anormalidade é o primeiro passo. Vale observar se há lesões ou qualquer tipo de ferida que não cicatriza na região, manchas avermelhadas ou esbranquiçadas, nódulos ou rouquidão persistente”, alerta o especialista. Em casos mais avançados, Luiz Fernando destaca que dificuldade na fala, na mastigação ou na movimentação da língua devem ser relatadas ao médico de imediato.

Hábitos saudáveis são como aliados na prevenção

Adotar hábitos saudáveis é um grande aliado na batalha contra inúmeras doenças ao longo da vida sejam elas cardiovasculares, respiratórias crônicas ou renais; e o câncer não está fora desta lista. Confira abaixo quais práticas podem te auxiliar.

  • Manter a higiene bucal;
  • Ingerir alimentos ricos em vitaminas e minerais, principalmente vitamina C;
  • Evitar o consumo de fumo e de álcool;
  • Consultar regularmente um dentista;
  • Equilibrar o peso corporal;
  • Usar preservativo na prática do sexo oral.

O autoexame é um método de acompanhar como está a saúde bucal. Por meio dele, é possível observar mudanças na aparência dos lábios e da parte interna da boca. Ainda assim, a análise de um profissional não deve ser descartada, enfatiza Maziero. “Mesmo que sem aparente sintoma, a visita periódica a um cirurgião dentista é fundamental para tranquilizar o paciente e garantir que o carcinoma seja tratado ainda no estágio inicial, caso identificado nos exames clínicos, após a consulta. Há diversas doenças comuns que podem ser identificadas por cirurgiões dentistas, como diabetes, cirrose hepática, sarampo, tuberculose, entre outras patologias orais”, conclui.

Em casos de diagnóstico positivo deve-se partir para tratamento e possível cirurgia. A avaliação médica é quem determinará a melhor forma de tratamento e cerca de 80% dos casos, se acompanhados, têm cura.

Com informações: Assessoria de Comunicação / Uniderp

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