O Brasil possui diversos aquíferos em seu território, mas alguns dos principais são:
Aquífero Guarani: é o maior aquífero do Brasil e um dos maiores do mundo, abrangendo partes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Aquífero Alter do Chão: localizado na região norte do Brasil, é considerado um dos maiores aquíferos de água doce do mundo.
Aquífero Bauru: está localizado nas regiões sudeste e centro-oeste do Brasil, abrangendo áreas dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná.
Aquífero Serra Geral: está localizado na região sul do Brasil, abrangendo áreas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Aquífero Urucuia: está localizado na região nordeste do Brasil, abrangendo áreas dos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais e Tocantins.
Aquífero Jandaíra: localizado na região nordeste do Brasil, abrangendo áreas dos estados da Bahia e Sergipe.
Esses aquíferos são importantes fontes de água subterrânea para diversas atividades econômicas, como a agricultura, a indústria e o abastecimento público, e, por isso, é fundamental que sejam gerenciados de forma sustentável para garantir sua disponibilidade a longo prazo. A água é uma questão que afeta a todos, uma vez que é um recurso vital para a Terra e seus habitantes, bem como um direito básico que muitas comunidades pobres do mundo não desfrutam. Por isso, a cada 22 de março, desde 1993, é comemorado o Dia Mundial da Água, data que também busca conscientizar e inspirar ações para enfrentar as crises do líquido vital e do saneamento.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 97% da população brasileira têm acesso a fontes de água potável melhoradas, o que é um índice bastante elevado.
No entanto, é importante ressaltar que, apesar da cobertura ampla, ainda há desafios a serem enfrentados para garantir o acesso universal à água potável no Brasil. Algumas áreas do país, especialmente em regiões rurais e remotas, ainda enfrentam dificuldades no acesso à água de qualidade. Além disso, o serviço de fornecimento de água em algumas regiões urbanas ainda enfrenta problemas de qualidade e regularidade, o que pode afetar a saúde e o bem-estar da população.
Por isso, é importante que o país continue a investir em infraestrutura de água e saneamento, além de programas de conscientização e educação sobre o uso sustentável dos recursos hídricos. Dessa forma, será possível garantir o acesso universal à água potável e melhorar a qualidade de vida da população brasileira.
Transposição do Rio São Francisco — O sonho que começou nos tempos de Dom Pedro II chegou a ser realidade. Após quase 16 anos do início das obras, os eixos Leste e Norte da Transposição do São Francisco estão concluídos. Foi só após 2019 que as águas do Velho Chico saíram de Pernambuco, estado doador, e chegaram ao Rio Grande do Norte e ao Ceará. Em 2019, apenas 31,54% de todo o Eixo Norte estava em funcionamento. Hoje, esse percentual é de 100%. Em três anos, foram investidos mais de R$ 3,49 bilhões, o que corresponde a 25% de tudo que foi investido nas obras até hoje, mais de R$ 14 bilhões. A média anual de investimentos, R$ 1,16 bilhão, é a maior desde o início do projeto.
A obra de infraestrutura já entrou para a história por uma série de motivos — infelizmente, quase todos eles negativos. Destinado a acabar de vez com o flagelo da seca no Nordeste, o projeto deveria ter sido entregue em 2012, mas, até hoje, não foi totalmente finalizado. A promessa inicial de custo de 4,5 bilhões de reais transbordou para estimativas atualizadas que falam em um desembolso total de 12 bilhões. O ativo político também se manteve em viés de alta, a ponto de três presidentes inaugurarem um mesmo trecho, no caso, Michel Temer, Dilma Rousseff e Lula.
A mais nova polêmica relacionada ao assunto diz respeito a quem vai pagar a conta da manutenção do sistema, estimada em 300 milhões de reais por ano. Boa parte disso se refere à energia elétrica consumida. Por uma combinação feita em 2021, ainda quando o ministro do Desenvolvimento Regional era o hoje senador Rogério Marinho (PL- RN), os estados beneficiados se comprometiam a bancar de forma progressiva esse valor, a partir de 2022. Esse escalonamento previa que o Nordeste assumisse 100% da conta no prazo de cinco anos. O contrato acabou não sendo assinado por causa dos governadores à época, que alegaram não concordar com algumas condições. Agora, os vencedores das eleições na região querem rediscutir o pacto, alegando que se encontram em situação de seca financeira para honrar o acordo nos mesmos termos. “É preciso um modelo que não impacte de maneira muito forte as pessoas que serão beneficiadas e também os cofres públicos, a ponto de comprometer a execução de outras obras”, afirmou João Azevedo, chefe do Executivo da Paraíba e líder do consórcio de governadores do Nordeste, em entrevista à Revista Veja.
Saneamento Básico — O Brasil ainda enfrenta grandes desafios em termos de saneamento básico. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2021, cerca de 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada e 100 milhões de pessoas não possuem coleta de esgoto.
A falta de saneamento básico tem impactos significativos na saúde pública, já que a falta de acesso à água potável e a exposição a ambientes com esgoto a céu aberto contribuem para a disseminação de doenças como diarreia, cólera, hepatite A e outras infecções transmitidas pela água.
Além disso, a falta de saneamento também pode afetar a qualidade de vida e o desenvolvimento socioeconômico das comunidades, especialmente as mais vulneráveis. A ausência de sistemas adequados de tratamento de esgoto, por exemplo, pode afetar a qualidade do meio ambiente, prejudicando atividades econômicas como a pesca e o turismo.
Para enfrentar esses desafios, o Brasil tem adotado diversas políticas públicas e programas para expandir o acesso ao saneamento básico em todo o país, como o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o novo Marco Legal do Saneamento Básico. No entanto, ainda é necessário avançar significativamente para garantir que todas as comunidades brasileiras tenham acesso adequado à água e ao saneamento básico.
O Sistema Aquífero Guarani — é um dos maiores reservatórios de água doce do mundo. Está localizado na parte baixa do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, por isso considerado um recurso hídrico transfronteiriço.
O periódico paraguaio Última Hora entrou em contato com o hidrogeólogo Fernando Larroza, professor pesquisador da Universidade Nacional de Assunção (UNA), que disse que a última vez que houve um estudo sobre a situação atual do Aquífero Guarani foi há mais de 10 anos.
E, sob essa premissa, o especialista pediu para desenvolver um sistema de monitoramento para realmente saber “em que estado de saúde está o nosso Aquífero Guarani”. Ele considerou que só assim teremos as ferramentas para aliviar “qualquer tipo de má intervenção do homem”. “Se você não se monitora, não sabe se está com boa ou má saúde. Monitorar é como ter um médico por perto“, disse.
Em 2 de agosto de 2010, os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai na época assinaram um acordo no qual uma política comum foi desenhada em relação ao uso do Aquífero Guarani.
No âmbito dessa assinatura, havia sido anunciado que no Uruguai foi instalado “o primeiro centro de monitoramento do Aquífero Guarani”, localizado na área de Pepe Núñez, departamento de Tacuarembó, de acordo com o site do Parlamento do Mercosul.
No entanto, não há dados atuais que possam indicar os níveis de contaminação, bem como o estado deste importante reservatório de água doce que, segundo projeções, pode abastecer a população mundial por 200 anos.
Com informações: Ultima Hora (PY), Revista Veja e Agência Brasil