Dr. Luiz Ovando (PSL), deputado federal por Mato Grosso do Sul foi um dos primeiros a se manifestar. “Fui surpreendido com áudio chocante de um deputado estadual, cujo teor é inqualificável. Estamos todos envergonhados com o que ouvimos. Somos maridos, pais, irmãos, filhos e amigos. Peço desculpas a todas as mulheres por tamanho desatino e afronta ao ser humano”, publicou em suas redes sociais. A também deputada federal Rose Modesto foi contundente em três postagens no twitter e instagram. “É inadmissível um parlamentar falar o que o Arthur do Val falou. (…) Ele não humilhou apenas as mulheres ucranianas com a sua fala descabida e grotesca. Ele atacou todas nós mulheres, de forma insultuosa e repugnante. (…) Como um predador, um animal irracional, Arthur do Val viu nas mulheres ucranianas, traumatizadas com a guerra, alvos do seu machismo tosco. O cara sai daqui e vai à Europa pra fazer isso? Não dá para aceitar. É vergonhoso”, escreveu a parlamentar.
A senadora Simone Tebet também criticou o parlamentar paulista. “Oportunista, desumano e ignorante quem vai a uma guerra e comete crime de difamação contra mulheres…” escreveu no instagram. Outra senadora por MS, Soraya Thronicke publicou uma nota de repúdio da Procuradoria Especial da Mulher no senado. Em um trecho, a nota compara a fala de Arthur Do Val ao crime de estupro denunciado na guerra. “Esse fato lamentável veio à tona no mesmo dia em que o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia denunciou o estupro de mulheres ucranianas por soldados russos. O mesmo machismo que transforma as mulheres em objetos para os homens no cotidiano, como mostra a fala do deputado brasileiro, converte-as em alvos e troféus durante as guerras”, registra a nota de repúdio.
Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Podemos, o deputado estadual Arthur do Val causou polêmica e revolta nas redes sociais, com o vazamento de uma série de áudios em que aponta as mulheres ucranianas como “fáceis, porque são pobres”.
Arthur Do Val viajou à Ucrânia, acompanhado de Renan Santos, do MBL (Movimento Brasil Livre), com o intuito de apoiar a resistência do país contra a invasão russa. Ele chegou a publicar uma foto em que aparece sentado ao lado de dezenas de garrafas de vidro supostamente destinadas à produção de coquetéis molotov em suas redes sociais.
O deputado estadual de SP, antes da viagem, teceu várias críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro devido à postura neutra no conflito. Já na Europa, o MBL afirmou que arrecadou mais R$ 180 mil em uma ‘live’ realizada na segunda-feira (1). O recurso, de acordo com os líderes do movimento, seria usado para ajudar voluntários na Ucrânia.
Ao chegar ao Brasil neste sábado, o deputado tentou esclarecer a situação: “Não é isso o que eu penso (sobre as mulheres ucranianas). O que eu falei foi um erro, num momento de empolgação”. “Fui para fazer uma coisa, mandei um áudio infeliz, e a impressão que passou é que fui fazer outra coisa.”, acrescentou.
