Prognóstico de outono estima temperaturas acima da média e umidade relativa baixa nos próximos três meses
O início oficial do outono no Brasil será no próximo domingo, às 12h33 (horário de Brasília). O outono é a estação de transição entre o verão que terminou e o inverno que virá mais adiante. De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão Filho, que assina o prognóstico elaborado usando como referência os modelos do CPTEC/INPE e a estatística da Uniderp, nos primeiros dias da nova estação, as características de verão ainda continuam, com as pancadas de chuvas em finais de tarde e o calor será forte com as máximas acima dos 30 graus. “Com o passar dos dias as nuvens diminuem o céu ficando claro, ocorrem perda de umidade e ficam mais secos. Os índices pluviométricos se reduzem drasticamente. As madrugadas e manhãs ficam cada vez mais frias, algumas vezes com nevoeiros ou nevoa-úmida. As tardes dão a sensação de quente e abafamento em função da forte queda na umidade relativa do ar”, detalha o meteorologista.
De acordo com o prognóstico divulgado nesta semana, o início da estação, a expectativa é de ocorram chuvas bem distribuídas até, pelo menos, o dia 31 de março. Já para o mês de abril são esperados períodos de estiagens, com temperaturas noturnas mais amenas e chuvas em declínio. A partir da segunda quinzena de maio até meados de junho, a previsão é de chuvas fracas, isoladas e esparsas, nas regiões central e sudoeste do Estado, além de grande parte da região leste de Mato Grosso do Sul.
La Niña — é um fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado pelo resfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. O nome foi escolhido por suas características que são opostas às do “El Niño”, que é o aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico. O “La Niña” caracteriza-se pela intensificação dos ventos alísios, que sopram na faixa equatorial de leste para oeste. Com a intensificação dos ventos, uma quantidade maior que o normal de águas quentes se acumula no Pacífico Equatorial Oeste, enquanto no Pacífico Leste, próximo ao Peru e Equador, verifica-se a presença de águas mais frias, causando um aumento no desnível entre o Pacífico Ocidental e Oriental. As águas quentes que ficam “represadas” mais a oeste do Pacífico geram evaporação e consequentemente ocorre formação de nuvens de chuva, que geram a célula de circulação de Walker (o ar quente sobe no Pacífico Equatorial Central e Oeste e desce no Pacífico Leste, junto à costa oeste da América do Sul), que fica mais alongada em anos de La Niña.
A previsão do CPC/IRI ENSO no início de fevereiro deste ano, é a continuação fraca de La Niña até meados do outono do Hemisfério Sul, com probabilidade moderada de 77% de permanecer até o mês de maio deste ano, quando deve passar para a condição de neutralidade. Isto facilita com que as ondas de frio avancem mais livremente pelo continente e adentrem pelo sul, com grandes chances de chegarem ao sul do MS. Além disso, a mudança para a condição de ‘neutro’ pode favorecer anomalias de chuva (chuvas acima do esperado) além de variações de frio em maio e começo de junho, com surpresas para a agricultura em Mato Grosso do Sul.
Temperaturas — Nas regiões norte e nordeste do MS, as temperaturas ficam elevadas até meados da estação. Nas regiões central e sul, temperaturas podem ficar abaixo dos 15 graus e, em alguns dias, até abaixo de 11 graus, o que pode indicar o avanço das massas de ar polar. Já as regiões sudoeste e Oeste podem sentir temperaturas bastante reduzidas até abaixo dos 10 graus do meio para o fim da estação. Nas regiões leste e sudeste, as temperaturas mais amenas abaixo dos 15 graus, podem indicar massas de ar de média intensidade.
Umidade Relativa — Em todas as regiões deve persistir a umidade relativa media máxima menor que em 2013, próxima dos 65% pela manhã e mínimas à tarde em torno dos 30%. Exceção à região oeste que terá valores máximos em torno dos 80% pela manhã e 45% à tarde. As mínimas devem cair acentuadamente à tarde e podem chegar, em fins de abril, a valores próximos aos 20%. A frequência de umidade baixa aumenta o risco de névoa seca, poeira, fumaça e partículas em suspensão no ar. Em vista de episódios críticos de umidade, as queimadas tendem a se elevar. As regiões com maiores índices são o oeste e o norte.