A partir da terça-feira (22/03) o uso de máscaras em ambientes fechados não é mais obrigatório em Campo Grande – com exceções. O Decreto Municipal nº 15.158 publicado no Diário Oficial do Município dispõe sobre o uso de máscaras de proteção facial, no âmbito do Município de Campo Grande, e dá outras providências, e revoga medida anterior que estabeleceu a exigência como norma sanitária de prevenção à covid19.
Motivações – De acordo com o decreto, a medida foi adotada porque foi levada em consideração tanto a redução expressiva do número de casos graves confirmados da doença no município como a redução na procura por testes diagnósticos por pacientes sintomáticos respiratórios na Rede Municipal de Saúde. Também foi levado em consideração que 84% da população da capital de Mato Groso do Sul, com idade acima de 18 anos, recebeu ao menos uma dose das vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde.
No entanto, foram ressalvadas algumas exceções:
Art. 1º Fica liberado o uso de máscaras faciais, no Município de Campo Grande, exceto em:
I – ambientes hospitalares e de atendimento à saúde público e privado;
II – no transporte coletivo e rodoviário.
Art. 2º Fica recomendado o uso de máscaras faciais, para:
I – pessoas com comorbidades (cardiopatias, diabetes, imunossuprimidos, oncológicos, com obesidade mórbida, etc.);
II – pessoas com sintomas respiratórios;
III – em instituições de longa permanência de idosos.
Efeitos adversos – Em uma entrevista à emissora SIC Notícias, de Portugal, o pneumologista Agostinho Marques alertou que o uso prolongado das máscaras deixou sequelas graves na mentalidade das pessoas. “A máscara deixou sequelas graves na mentalidade das pessoas. Nesta altura, nós vamos a qualquer lado na rua e as pessoas andam de máscara mesmo sozinhas na rua. Portanto, isto tornou-se um medo tal à doença que é preciso um esforço ativo, semelhante ao que houve para instalar a máscara, para desinstalá-la”, defendeu o médico.
O especialista também classificou as aplicações atuais do uso de máscaras de uma “barbaridade nas relações sociais em que vivemos” e disse ser importante “que não nos habituemos a este apetrecho”. No entanto, o pneumologista lembrou que porém, se deve manter o uso das máscaras, mas apenas em situações excepcionais.
Eficácia – No início deste mês foi publicada uma pesquisa que aponta que as máscaras de pano são ineficientes para proteger contra a transmissão do SarsCov2 pelo ar. Isso porque a maior parte do ar respirado através delas não é filtrado, podendo carregar consigo partículas contendo o vírus. Cientistas da Alemanha, da Inglaterra e da França analisaram imagens 3D produzidas por microscopia para enxergar os canais de fluxo de ar, para verificar a capacidade do tecido em filtrar partículas muito pequenas, de um micrômetro – um milésimo de milímetro – de tamanho. A conclusão foi que, para partículas com diâmetro de 1,5 micrômetros, a eficácia do tecido ficou entre 2,5% a 10%. A pesquisa foi publicada na revista “Physics of Fluids”.