As imagens falam por si. O horário da gravação: 17h41 desta terça-feira (03/05). Mas a gravação poderia ter sido feita de segunda a sexta-feira, no mesmo horário, que teria o mesmo efeito. O local é o terminal de ônibus ‘Hércules Maymone’, localizado em frente à escola estadual que tem o mesmo nome.
Diferente dos grandes terminais do transporte coletivo da capital, como o Guaicurus, Aero Rancho, Júlio de Castilhos e Bandeirantes, o terminal Hércules Maymone nasceu apenas como um ‘ponto de ônibus’ ampliado para abrigar os alunos das escolas da região da Vila Manoel da Costa Lima. Não são muitas linhas que passam por ali e, o mais grave, os ônibus passam sempre lotados.
Quando chega o ‘horário de pico’ — entre 11h e 13h30 e entre 17h e 19h — a situação se complica ainda mais, principalmente para os trabalhadores das empresas das proximidades que dependem do transporte coletivo. Jovens e adultos se espremem nas pequenas plataformas de espera dos veículos. Muitos acabam invadindo a pista para tentar aliviar a proximidade excessiva. Apupos, assovios, gritaria, manifestações de festa dos adolescentes que acabaram de deixar as escolas se misturam ao ruído dos motores de veículos pesados e criam uma atmosfera de tensão. Nesse ambiente, os trabalhadores do comércio que também estão encerrando expediente sofrem ainda mais com o estresse.
Tudo isso acontece em dias normais, de tempo bom e sem contratempos de obras pelas ruas da cidade. Não foi o caso do final de tarde desta terça-feira em que grande parte das ruas do centro da cidade estão em obras nas calçadas, com o fluxo de veículos mais lento e reduzido em apenas uma das pistas em várias vias troncais, além da mudança de tempo, com chuva, vento e frio. Tal situação fez com que mais pessoas procurassem abrigo no terminal de ônibus na hora de voltar para casa, agravando ainda mais o problema.
A consequência quase imediata transborda do terminal e invade os veículos do transporte coletivo. Os ônibus já chegam lotados ao terminal. As portas abrem para que poucas pessoas desçam. Impossível embarcarem todos os que esperam. A revolta é geral. Mais gritos e assovios. O ônibus lotado deixa o terminal e dezenas de trabalhadores para trás. No interior dos ônibus, o aperto é ainda maior. Apesar de ser proibido, vários passageiros permanecem nos degraus. A cada parada do ônibus, precisam descer para dar espaço para aqueles que já chegaram ao destino. É a rotina de estudantes e trabalhadores. A situação foi apresentada à Assetur, através da assessoria de imprensa. A reposta ficou de ser dada nesta quarta-feira.