Quem desceu, a pé ou de carro, pela avenida Afonso Pena, no centro de Campo Grande, já conseguiu visualizar o colorido das copas dos ipês rosa em plena florada nos últimos dias. É claro que o colorido seria muito mais vistoso caso o céu estivesse livre de nuvens e o sol destacasse o brilho das flores dos ipês. Mas a umidade alta no início das manhãs tem deixado a cidade com uma “cara de inverno”, apesar das temperaturas não terem baixado tanto.
A florada dos ipês, árvore símbolo do Cerrado, é um dos eventos mais belos da natureza brasileira. Essas árvores têm diferentes cores, roxo (variações do rosa), rosa, branco e o mais comum, o amarelo. Com a queda da umidade relativa do ar, copas amarelas, rosas, roxas e brancas tomam a paisagem e fazem refletir aqueles que encaram a seca apenas como tempo cinzento de queimadas e vegetação marrom. As cores vibrantes do gênero Tabebuia spp., composta pelas variedades da planta, irrompem de junho a setembro.
A árvore, reconhecida pela excelente qualidade da madeira, ocorre em todo o Brasil e em todos os biomas e se divide basicamente em dois tipos: a do Cerrado e a da mata. “No Cerrado, o ipê é mais baixo; atinge 10 metros de altura, tem a casca grossa para se proteger do fogo”, lembra Sílvio Marchini, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) em entrevista ao G1. Na mata, observa o pesquisador, chega a 20 metros de altura.
Os ipês-rosas são os primeiros a florescer e enfeitam as paisagens a partir deste mês de junho. Entre julho e agosto, é a vez dos amarelos. Tanto um quanto outro oferecem cerca de cinco dias de florada para o observador. Em agosto, é preciso atenção redobrada para apreciar os brancos, que florescem por apenas dois dias. E há ainda o verde, que é menos reconhecido pela população, e não foi plantado nos canteiros de Campo Grande, mas alguns nativos podem ser encontrados no Parque dos Poderes.
