Zelia Guzzo, 37 anos, professora, de origem siciliana, morreu devido a uma trombose cerebral. Seu calvário começou horas após tomar a primeira dose de Astrazeneca em 1º de março de 2021. Alguns dias depois, Zelia começou a se sentir mal. Em 12 de março, ela foi hospitalizada por trombose difusa associada à penia plaqueta. Em 24 de março, ela morreu no hospital em Caltanissetta. Após a denúncia da família, o promotor autorizou a autópsia feita por uma força-tarefa liderada por Cristoforo Pomara, professor de Medicina Forense em Catânia e membro do comitê técnico-científico siciliano. Em 13 de abril, “o laudo pericial atesta a relação causal entre a vacina e a morte por hemorragia cerebral da mulher de 37 anos, que não tinha patologias ou outros fatores de risco apurados”, descreve o documento.
Os consultores técnicos do Ministério Público de Gela (Sicilia) já haviam avaliado o caso. Mas o procedimento de indenização foi bloqueado duas vezes. Primeiro, em outubro de 2021, pela comissão do departamento militar de medicina forense de Messina, competente para emitir pareceres na área da saúde ao ministério Eles alegavam que “não havia literatura científica” que permitia “expressar opiniões sobre a correlação de qualquer dano pela vacinação Covid-19“, e que “até o momento não era obrigatória“, registraram na contestação. Em seguida, o ministério considerou o recurso “inadmissível“. A Inspetoria Geral de Saúde Militar decidiu anular o veredicto para uma “definição adicional” da prática, “assim que novas instruções das autoridades superiores forem recebidas”, foi o argumento.
No início do mês de maio (11/05), a comissão militar considerou “apurada a existência de um nexo causal entre a administração de vacinação e os eventos fisioterológicos que levaram à morte de Zelia Guzzo“. Além disso, “mesmo a partir do exame do relatório sobre a vigilância das vacinas Covid-19, elaborado pela AIFA, a associação causal entre a vacina e os eventos supracitados é considerada plausível“. Um parecer que também se reflete no laudo pericial dos consultores do tribunal de Gela (abril de 2021): “Há um mecanismo fisiopatológico bem definido segundo o qual a vacina poderia, embora raramente, causar uma resposta sistêmica imune e coagulativa alterada hesitante em uma trombose sistêmica (especialmente no distrito cerebral e porto-mesentérico) associada a trombocitopenia de consumo, com uma alta taxa de mortalidade.”
A família Zelia Guzzo receberá uma soma no valor de 77 mil euros, previstos na indenização – que nunca poderá retribuir a perda sofrida pelo marido e familiares – uma mulher jovem, saudável, de 37 anos que deixou um bebê de dois anos. O advogado da família, Valério Messina disse que irá continuar pedindo luz e justiça. “depois do Ministério Público de Gela, agora se acrescenta mais uma peça, o reconhecimento do Estado, quase uma admissão de responsabilidade o que confirma o nexo causal entre a administração da vacina Astrazeneca e a morte de Zelia”, declarou.
Este é o primeiro caso na Itália com o qual é reconhecida a indenização prevista na Lei 210 de 1992 para uma vacina Covid-19. O Ministério Público de Gela se pronunciou dizendo que ficarão em aberto os processos contra pessoas desconhecidas por homicídio culposo, para o qual os promotores haviam pedido o arquivamento, rejeitado pelo juiz para investigações preliminares ( GIP) que pediu para avaliar outros perfis “diferentes da saúde”, ordenando a aquisição da “documentação fornecida pela Astrazeneca” e as “circulares emitidas pelo Ministério da Saúde” sobre as vacinas. Ainda ontem, a empresa farmacêutica anglo-sueca anunciou que sua vacina Vaxzevria foi aprovada pela UE como uma terceira dose para adultos: pode ser usada tanto para aqueles que já foram vacinados com a Astrazeneca, quanto para aqueles que receberam a Pfizer e a Moderna.
Essa é a pergunta que milhares de pessoas estão fazendo ao redor do mundo. No Brasil temos inúmeros casos invisíveis – Bruno Graf, de 28 anos foi a primeira vitima oficial, morreu da mesma forma que Zelia (trombocitopenia) causada pela vacina Astrazenca – no Brasil, seu processo foi arquivado pelo Ministério Público.
Precisamos dar luz a esses casos, alguém terá que se responsabilizar por essas vítimas cedo ou tarde…
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Com informações: Karina Michelin