O Campus Três Lagoas do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) inaugurou, na última quinta-feira (23), o Laboratório de Projetos para Necessidades Específicas (Lapne). O evento teve a participação de representantes da instituição, do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Prefeitura Municipal, além de uma apresentação cultural.
“O laboratório não se destina somente a cursos, podendo ser usado também para planejamento e desenvolvimento de novos projetos voltados a estudantes com deficiência”, explicou a intérprete de Libras e coordenadora do projeto Angélica Xavier.
O espaço integra o projeto “Formação para inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, desenvolvido pelo campus do IFMS. Utilizando uma estrutura física já existente com quase 30 m², o laboratório acessível foi equipado com computadores, impressoras, teclados ampliados para pessoas com baixa visão e em braille, projetores, caixas de som, pin pads, leitores de código de barras e caixa registradora, entre outros componentes.
No local, poderão ser atendidos até 12 alunos por turma. A previsão é de que sejam oferecidos os cursos de Informática Básica e Operador de Caixa.
“O Lapne não se destina somente a cursos, podendo ser usado também para planejamento e desenvolvimento de novos projetos voltados a estudantes com deficiência, devidamente acompanhados por algum tutor ou membro do Napne [Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas]”, acrescentou Angélica Xavier.
Parceria
A entrega dos equipamentos faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica estabelecido com o MPT-MS, que permitiu também a oferta de dois cursos no município de Costa Rica/MS, em março e abril deste ano, realizados na Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento e destinados a pessoas com deficiência.
Presente à inauguração do Lapne, a procuradora do Trabalho Juliana Beraldo Mafra sublinhou a ampla utilidade do novo espaço. “Esse laboratório é muito importante na medida em que o instituto atende jovens em situação de vulnerabilidade, que muitas vezes não têm acesso à internet e a computadores em casa. Além disso, também pode servir para a execução de outros projetos pela comunidade”, disse.
Já a reitora do Campus Três Lagoas do IFMS, Elaine Cassiano, que esteve no evento, destacou o papel exercido pelo Ministério Público do Trabalho no desenvolvimento da iniciativa. “Com a contribuição do MPT, conseguimos os recursos necessários para a implementação dos laboratórios e realização dos cursos. Iniciativas como essa colaboram muito para a missão institucional de levar conhecimento científico, profissional e tecnológico para a sociedade”, enfatiza Elaine.
Inclusão
Por meio da cooperação técnica, foi feito o investimento de mais de R$ 95 mil pelo MPT-MS, via Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (Facto), vinculada ao Instituto Federal. As primeiras tratativas para a realização do projeto se iniciaram em 2019.
“Devido à pandemia de Covid-19, o início da execução atrasou. Neste ano, enfim, conseguimos ofertar os cursos, que foram ministrados por docentes do IFMS. Concretizamos isso graças a um esforço conjunto tanto dos nossos professores quanto dos técnicos-administrativos”, disse o diretor-geral do Campus Três Lagoas, Walterísio Carneiro Júnior.
Em razão do acordo, também foi instalado o Laboratório de Informática da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Costa Rica, que conta com 12 computadores dotados de teclados em colmeia e mouses adaptados.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, existe ainda a perspectiva de que, após a entrega do relatório final do projeto, o documento seja encaminhado a outros procuradores do país, para que a iniciativa seja replicada em diferentes locais do Brasil.
Fontes: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul