A alimentação é um dos fatores fundamentais para o bom rendimento escolar de crianças e adolescentes. Neste período da vida, ela funciona como base para o desenvolvimento das habilidades físicas e intelectuais.
Processos como raciocínio, concentração e memória, essenciais para o aprendizado e para o desenvolvimento dos estudantes, dependem diretamente da ingestão adequada de minerais, vitaminas e outros nutrientes.
Sendo assim, oferecer uma alimentação adequada, de qualidade e em quantidade suficiente aos estudantes, durante sua permanência na escola, é de suma importância. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o responsável por priorizar o direito à alimentação dos alunos.
Gerenciado pelo Governo Federal, ele repassa valores financeiros de caráter suplementar aos estados, municípios e escolas federais, para atendimento à alimentação escolar dos alunos de todas as etapas da educação básica pública.
A qualidade da alimentação também é observada pelo programa: no mínimo 75% dos recursos devem ser aplicados em alimentos in natura ou minimamente processados, no máximo 20% em alimentos processados e ultraprocessados, e, no máximo 5% em ingredientes culinários, como óleo, sal e açúcar.
Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Educação (SED) é ainda mais rigorosa nessas porcentagens. A alimentação escolar é baseada em 82,5% de alimentos in natura ou minimamente processados e apenas 13,9% de processados ou ultraprocessados.
A nutricionista da Coordenadoria de Alimentação Escolar da SED-MS, Adriana Rossato, explica que para cumprir esses números foi necessário andar na contramão da atual rotina alimentar dos brasileiros que cada vez mais faz uso dos ultraprocessados. Esse hábito causa doenças e ainda altas taxas de prevalência de excesso de peso e obesidade na população (52,5% e 17,9%, respectivamente). “Tais mudanças negativas têm sinalizado a prioridade e urgência para ações de promoção da alimentação saudável”, alerta.
Aumentar a oferta de opções saudáveis para os estudantes da rede pública pode fazer a diferença na vida da população. Adriana pontua que ao oferecer refeições de qualidade aos alunos, o Governo contribui para que ele tenha condições satisfatórias para aprender, levando em consideração, principalmente, aqueles que têm na alimentação escolar sua principal ou única refeição do dia.
Além disso, a formação dos hábitos alimentares é iniciada na infância. Portanto, com a gestão alimentar feita pela escola, a criança e o adolescente podem aprender a fazer melhores escolhas alimentares ao longo da vida, o que traz bons resultados a longo prazo, contribuindo para a boa saúde e a qualidade de vida do indivíduo.
Outro ponto positivo em aumentar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, diz respeito à aplicação de recursos financeiros da gestão pública. Cardápios escolares com maior quantidade desses itens possuem valores menores que aqueles que, por necessidade, precisam incluir alimentos ultraprocessados.
O PNAE ainda estabelece que, do total dos recursos financeiros repassados pelo Governo Federal, no mínimo, 30% devem ser utilizados para aquisição de gêneros alimentícios diretamente da Agricultura Familiar Rural. Isso estimula os produtores a produzirem, além de gerar renda, desenvolver economicamente as regiões e, ainda, contribuir com a biodiversidade e para a proteção dos recursos naturais e do meio ambiente e, não menos importante, para afirmar uma parte importante da cultura local.
A gestão da alimentação escolar da SED-MS conta com o software Cheff Escolar, desenvolvido pela Digix, empresa que oferece soluções em tecnologia. Ele otimiza todas as etapas do processo de alimentação nas escolas, desde o cálculo dos alunos atendidos, a partir do Censo Escolar, passando pela elaboração dos cardápios, até a prestação de contas. O programa é utilizado para apoiar as Secretarias de Educação nesses trâmites e hoje é o único sistema no território nacional que atende 100% a gestão do PNAE.
Integrado a ele está o BI (inteligência de negócios, conhecida como Business Intelligence, em inglês), um serviço que disponibiliza painéis de monitoramento com indicadores estratégicos, possibilitando mais eficiência e eficácia nas análises e no acompanhamento do PNAE.
“O BI extrai os dados do Cheff Escolar, realiza análise e acompanhamento do PNAE, apresentando as informações necessárias para que a Coale possa responder aos questionamentos e tomar decisões em tempo hábil e de forma assertiva, trazendo resultados positivos para a SED-MS”, explica a product manager da Digix, Pryscilla Araujo.
Com o Cheff Escolar e o BI, é possível, inclusive, acompanhar em tempo real o consumo das escolas, possibilitando que os gestores realizem ajustes para atender da melhor maneira possível a alimentação escolar. As soluções tecnológicas ainda tornam a gestão mais moderna, simplificada, transparente e, ao contribuir para a adequação à legislação, garante o acesso do aluno da escola pública à alimentação nutricionalmente adequada.
A partir do uso das soluções, as equipes escolares também passaram a ter mais tempo para focar no que é realmente importante: o ensino dos alunos. Antes de sua utilização, as escolas perdiam muito tempo no processo de organização da alimentação escolar hoje, esses esforços podem ser concentrados prioritariamente na parte pedagógica, um ganho para toda a população sul-mato-grossense.
Fonte: Evelise Couto