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Cuidados com os membros inferiores deve ser redobrado para evitar o pé diabético

A doença pode causar infecções ou problemas circulatórios nos membros inferiores, provocando o surgimento de feridas que não cicatrizam e infecções nos pés, podendo levar à amputação

Formigamento ou perda de sensibilidade nos pés, dores, queimação que chega até as pernas, sensação de agulhadas. Se você sente esse entre outros sintomas que podem piorar à noite ao deitar, fique de olho na sua glicemia. O pé diabético é uma série de alterações que podem ocorrer nos pés de pessoas com diabetes fora do controle. A doença pode causar infecções ou problemas circulatórios nos membros inferiores, provocando o surgimento de feridas que não cicatrizam e infecções nos pés que, se não forem tratadas, podem levar à amputação.

De acordo com o médico ortopedista Caio Augustus, especialista em pés e tornozelos, quando o paciente tem diabetes, o simples acúmulo de açúcar na corrente sanguínea prejudica os nervos e o pé é uma das regiões mais afetadas, inclusive tendo a sensibilidade diminuída. “Muitos pacientes só se dão conta da lesão depois de um tempo e pode ser tarde demais. Em muitos casos há a necessidade de amputar o pé por conta de uma úlcera, uma ferida que não cicatriza.”

Caso semelhante aconteceu com o paciente Leandro Luz, que chegou até o consultório com um machucado no dedão do pé direito por conta de um calo, foi quando ele descobriu a diabetes tipo 2. “Hoje estou fazendo tratamento e a glicemia está controlada. Fiz uma cirurgia e ainda estou em processo de cicatrização”, afirmou. Segundo ele, a primeira medida após o diagnóstico foi a mudança nutricional. “Tudo muda muito, principalmente em cuidar melhor da saúde”, afirmou.

Em casos extremos, ocorre até mesmo a necessidade de amputação do membro atingido, devido a dificuldade de cicatrização proporcionada pela diabete.

Uma dica importante do médico é que os pacientes que já foram diagnosticados com diabetes, usem sempre meias brancas porque se tiver algum corte, ele vai perceber. Outra coisa é usar calçados especiais, sem costura por dentro, macios, sem pontos de pressão.

Charcot

Por conta da neuropatia da diabetes severa, Maristela Mariano Martins, 56 anos, desenvolveu a doença de Charcot. Mas a história começou aos 43 anos quando foi diagnosticada com a diabetes, hereditária, segundo ela. “Ah se eu soubesse antes como era isso, teria me cuidado muito mais”, desabafou.

Olhar 67 - Cuidados com os membros inferiores deve ser redobrado para evitar o pé diabético
Maristela Mariano Martins – Foto: Vivianne Nunes

Após quatro anos tratando a diabetes, Maristela precisou de atendimento específico e descobriu que o seu pé estava quebrado em oito partes. “Eu não tinha sensibilidade no pé e não podia saber”, explicou. Foram oito meses de recuperação, em uma cadeira de rodas. Foram oito pinos e duas placas grandes implantadas no pé.

Foi dessa forma que ela chegou ao diagnóstico do chamado pé de charcot, uma complicação grave causada pelo diabetes, que consiste em uma deformidade nos ossos e articulações, associadas a perda de sensibilidade protetora e a traumas repetitivos. “É uma doença degenerativa né, não tem cura, só controle”, explicou a paciente.

Ela reclama que atualmente, o único calçado que consegue usar é o tênis e mesmo assim, com muito cuidado inclusive na escolha da meia. “Para uma mulher é difícil viver assim”, lamentou.

Apesar de toda essa situação, Maristela garante que tem levado bem a vida. “Eu me cuido e com isso vamos seguindo”, pontuou.

Com informações: Vivianne Nunes

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