A captação de órgãos e tecidos de um menino de dois anos foi feita na Santa Casa de Campo Grande na última sexta-feira (22). A ação ocorreu após constatação da morte encefálica da criança que tratava de um edema cerebral. Segundo a Organização de Procura de Órgãos (OPO) do hospital, a família autorizou a retirada dos órgãos assim que soube da possibilidade de doação.
O coração foi destinado para um bebê em Brasília, os rins foram encaminhados para São Paulo e as córneas permaneceram no Banco de Olhos da Santa Casa para serem analisadas e, posteriormente, usadas para tratamento.
O processo só foi possível a partir do ato de humanidade da família do doador. A criança sofria de septo acidose diabética e, por complicações da doença de base, teve um edema cerebral que evoluiu para morte encefálica dias depois da internação no hospital.
Todo processo de doação de órgãos começa a partir da confirmação da morte encefálica, isso depois de uma série de exames clínicos e de imagem que atestam a inatividade cerebral. Na Santa Casa de Campo Grande, a Organização de Procura de Órgãos, acompanha todos os casos neurológicos graves e diante do diagnóstico de morte cerebral, é feito o acolhimento familiar sobre a possibilidade de doação. E só após a autorização, inicia uma força tarefa em busca por receptores em MS e não havendo compatibilidade, são acionados outros estados através do ranking do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
OPO Santa Casa
Em 2022, a Organização de Procura de Órgãos da Santa Casa registrou 72 diagnósticos de morte encefálica, sendo que, deste número, 41 famílias foram consultadas pelo fato dos pacientes serem potenciais doadores, mas apenas 9 delas autorizaram. Ao todo, foram captados 12 rins, quatro fígados e um coração.