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Prefeitura vence na Justiça o direito de permuta em área particular da Homex

A vitória judicial vai possibilitar o início dos trabalhos de regularização fundiária que beneficiarão cerca de 8 mil cidadãos da Capital

Foi divulgada nesta sexta-feira (29) a decisão da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que deferiu o pedido de permuta ingressado em juízo pela Prefeitura de Campo Grande para fins de regularização fundiária de área pertencente à Massa Falida Homex Brasil.

A ocupação, localizada no parcelamento Varandas do Campo (Bairro Centro-Oeste), abriga desde 2013 cerca de 2 mil famílias em condições irregulares de moradia, o impasse se arrastava há quase 10 anos.

Olhar 67 - Prefeitura vence na Justiça o direito de permuta em área particular da Homex
Foto: Arquivo Olhar67

Desde então, a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Amhasf) atuou junto à comunidade em busca da solução definitiva. O objetivo da ação que tem o aval do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, é resguardar tanto os direitos da Massa Falida Homex Brasil quanto dos ocupantes.

O Município propôs a aquisição dos lotes objeto da ação de reintegração de posse, sem edificação da Massa Falida Homex, oferecendo, através de permuta, com imóveis de propriedade pública. Diz o texto da decisão judicial do Juiz de Direito, Leonardo Fernandes dos Santos:

“Ante a ausência de oposição dos credores, bem como diante da manifestação favorável do MP (fl.997), bem como diante da preservação dos interesses da massa – já que a permuta lhe será benéfica – defiro a proposta.”

Olhar 67 - Prefeitura vence na Justiça o direito de permuta em área particular da Homex
Foto: Arquivo Olhar67

Entenda o caso

A Prefeitura de Campo Grande atuou, desde o ano de 2013, para contribuir na solução da situação de moradia das famílias que passaram a ocupar a área, que em parte é particular e outra menor em Área de Preservação Permanente (APP), na Região Urbana do Anhanduizinho.

As famílias conviviam sob o medo do cumprimento da ação de reintegração de posse, ingressada judicialmente pela massa falida da empresa. A Prefeitura chegou a propor a compra da área em 2017, entretanto, não houve acordo à época, já que a empresa exigiu 33 milhões de reais, cerca de 20 milhões a mais do valor real da área no mercado imobiliário.

Em agosto de 2018, a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários – até então Emha – realizou cadastro social para selar a área e identificar as famílias. A Comissão de Acompanhamento de Projetos de Regularização Fundiária na Capital (Coaref) conduziu estudos de viabilidade e acompanhou os desdobramentos judiciais que, por conta do impedimento legal, ainda não havia previsão de regularização da comunidade.

Já em dezembro de 2021, a Prefeitura de Campo Grande ingressou na 2ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande, com proposta de permuta à Massa Falida Homex Brasil a fim de impedir o cumprimento do processo de reintegração de posse na área conhecida como “Ocupação Homex”.

A decisão favorável corrobora a principal preocupação do Poder Público: com a vida e a saúde das pessoas, tendo em vista o valor intrínseco que possuem. Neste sentido, o Município solucionou o caso da melhor forma possível, considerando a sua atribuição constitucional de executar a política de desenvolvimento urbano, do adequado ordenamento territorial e da promoção de programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.

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