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Chuvas dos últimos dois dias em Campo Grande são as maiores em 30 anos para o mês de agosto

Volume semelhante de chuvas em um dia de agosto na capital ocorreu pela última vez há 24 anos

No dia 11 de agosto de 1998 os registros pluviométricos da Uniderp mostram 69,6 mm de precipitações em Campo Grande. Esse valor foi superado na média desta quarta e quinta-feira, nesta semana, com uma precipitação média de 73,6 mm na cidade. Em alguns pontos da capital, como no ponto de medição do Córrego Anhanduizinho, foram 89,2 mm na quarta-feira e 80,2 mm na quinta-feira. “É o maior volume de chuvas já registrado no mês de agosto em Campo Grande, nos últimos 30 anos”, afirma o meteorologista Nathálio Abrahão filho.

Historicamente, o mês de agosto é de poucas chuvas em todo o Centro Oeste brasileiro. A média do mês varia entre 38,1 e 41,8 mm, valores já superados em três vezes neste agosto de 2022.

Logo no início da manhã, as nuvens escuras impediram que a luz do sol aparecesse no céu da capital antes das 7h da manhã. Iluminação pública e faróis dos carros precisaram ficar acesos durante a ida de trabalhadores e estudantes para as atividades matinais.

Olhar 67 - Chuvas dos últimos dois dias em Campo Grande são as maiores em 30 anos para o mês de agosto
Estudantes e trabalhadores saíram de casa com chuva e pouca luz nesta quinta-feira. Foto: Euclides Fernandes

De acordo com o meteorologista da Estação Uniderp, Nathálio Abrahão Filho, esse comportamento do clima é atípico e os números improváveis de ocorrer para o mês de agosto, fato que não acontecia há 24 anos. Ainda não há uma explicação lógica para o fenômeno, mas algumas possibilidades. “A hipótese mais provável é que o efeito La Nina não influenciou no bloqueio atmosférico das frentes no extremo Sul da Argentina, favorecendo o avanço da umidade da Amazônia, mas ainda é cedo para afirmar”, revela o professor.

O meteorologista descarta uma antecipação do fenômeno “El Niño”, que é o aquecimento das águas do Oceano Pacífico próximo à costa das Américas do Sul e Central, o que só poderá ocorrer daqui a seis meses.

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