No Brasil, quase metade da população é afetada pelo bruxismo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 40% dos brasileiros possuem o hábito de apertar, deslizar ou ranger os dentes durante o sono ou durante o dia de modo involuntário. O transtorno pode causar dores de cabeça, incômodos e zumbidos no ouvido, desgaste e amolecimento dental e, em casos graves, problemas nas gengivas, nos ossos e na articulação da mandíbula (ATM).
De acordo com o coordenador do curso de Odontologia da Uniderp, Luiz Fernando Maziero, essa desordem funcional é provocada pela ansiedade, estresse ou por fatores genéticos. “Problemas emocionais, principalmente durante crises de ansiedade, são determinantes no desencadeamento do bruxismo, já que o ser humano tende a pressionar os dentes diante de situações de maior tensão, medo ou nervoso. As causas devem ser investigadas com um profissional”, ressalta.
Segundo o dentista, muitas pessoas convivem com o transtorno sem ter ciência do problema, uma vez que a compressão exagerada dos dentes acontece enquanto dormem. A disfunção pode levar à desobstrução e necrose dos vasos no ápice da raiz e, consequentemente, afetar os nervos e a polpa dentária. Outra consequência do apertamento dental é o desgaste provocado no esmalte, que pode evoluir para uma sensibilidade. Os portadores sentem dores musculares, alterações no sono e estalos ao abrir e fechar a boca.
A análise clínica e exames como a polissonografia são capazes de avaliar o grau do distúrbio. Alguns hábitos podem diminuir ou aumentar o risco de crises de bruxismo e o especialista destaca cinco recomendações que podem ser aplicadas no dia a dia:
Alimentação. O consumo exagerado de frutas cítricas, cafeína e refrigerantes pode gerar o acúmulo de resíduos ácidos na boca, o que irá provocar erosão dentária e agravar a condição. Incluir vegetais na dieta auxilia no equilíbrio da saúde bucal.
Mastigação. Mascar chicletes, roer unhas ou mordiscar constantemente objetos duros, como a ponta de lápis e canetas, pode gerar um padrão compulsivo no indivíduo e causar o transtorno.
Qualidade do sono. Não é recomendado dormir com luzes acesas ou com a televisão ligada. Para um repouso profundo, é indicado não interagir com telas (celulares e tablets), pelo menos, por uma hora antes de adormecer.
Autocuidado. Exercícios físicos e terapias psicológicas auxiliam a diminuir a tensão e estresse do dia a dia, que pode provocar o bruxismo. Incluir atividades prazerosas na rotina irá diminuir a probabilidade de crises.
Consulta com dentista. Visitas periódicas ao dentista são importantes para a saúde bucal e um profissional qualificado poderá avaliar tratamentos para solucionar o problema, além de indicar ou não o uso da placa interoclusal para proteger os dentes ao dormir.
Vale lembrar que todos esses fatores podem estar acontecendo simultaneamente e uma visita ao dentista pode te auxiliar a identificar quais os fatores que estão levando ao bruxismo e quais as medidas que deverão ser tomadas para amenizar os seus efeitos, uma vez que nem sempre é possível eliminar o hábito.
Com Informações: Assessoria Uniderp