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Papa Francisco canoniza primeiro santo Argentino

Em celebração realizada na manhã deste domingo (09/10), o Papa Francisco declarou ao mundo católico que o religioso salesiano Artêmides Zatti é santo. Zatti é o primeiro ‘santo argentino’ da história da igreja católica.

Olhar 67 - Papa Francisco canoniza primeiro santo Argentino

Na verdade, o novo santo não é nascido na Argentina, mas na Itália e veio como imigrante junto com sua família ainda criança. Artêmides Zatti nasceu em Boretto (Região Emilia, Itália) em 12 de outubro de 1880. Sua família, impulsionada pela pobreza, emigrou para a Argentina em 1897 e se estabeleceu em Bahía Blanca. Lá, Artêmides começou a frequentar a paróquia dirigida pelos Salesianos de Dom Bosco, religiosos católicos dedicados à educação e evangelização dos jovens mais pobres e abandonados.

Aos 20 anos entrou como seminarista na casa de formação dos Salesianos na cidade de Bernal, Buenos Aires. Lá, ele foi encarregado dos cuidados de um jovem sacerdote tuberculoso. Artêmides também contraiu a doença. Em 1902 foi enviado ao hospital San José em Viedma. Ali foi acompanhado pelo padre e médico salesiano Evasio Garrone. Com ele, pede e obtém de Maria Auxiliadora a graça da cura com a promessa de dedicar toda a sua vida ao cuidado dos doentes.

Em 1908, recuperada a saúde, foi admitido na Congregação Salesiana como coadjutor. Ele passa a cuidar da farmácia anexa ao hospital, a única da cidade. O hospital de Viedma foi o lugar onde sua santidade cresceu e começou a ser reconhecida. Em 1914 optou pela cidadania argentina.

Em 1917, obteve o título de “Adequado em Farmácia” na Universidade de La Plata, e mais tarde o de Farmacêutico. Irmão Zatti – como ficou conhecido – dedicou quarenta anos de vida consagrada ao serviço dos enfermos, especialmente os mais pobres, da região de Viedma e Carmen de Patagones,.

Em 1950, Zatti cai de uma escada e é forçado a descansar. Depois de alguns meses, os sintomas do câncer se manifestaram. Faleceu em 15 de março de 1951.

“O salesiano coadjutor Artêmides Zatti foi um exemplo vivo de gratidão”. Com estas palavras, pronunciadas durante a homilia da Missa deste domingo (09/10), o Papa Francisco indica a todos os fiéis o modelo do “santo enfermeiro” e “parente de todos os pobres”, no dia em que proclama a sua santidade perante a Igreja Católica, universal. Eram pouco mais de 10h (UTC+1) quando teve início a Celebração Eucarística com o Rito de Canonização do salesiano coadjutor Artêmides Zatti e Dom João Batista Scalabrini, bispo e fundador da Congregação dos Missionários de São Carlos e da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu. Às 10h30, o Papa Francisco pronunciou, em latim, a solene fórmula da canonização, com a qual declarou e definiu ‘Santos’ João Batista Scalabrini e Artêmides Zatti.

O milagre da canonização

O milagre reconhecido refere-se à recuperação milagrosa de Renato, um filipino que, em agosto de 2016 sofreu um grave derrame isquêmico, agravado por hemorragia. Devido ao agravamento dos sintomas e à consequente dificuldade de locomoção, ele acabou sendo internado. Nos dias seguintes, não havendo melhora, ao contrário, encontrando-se desorientado e apresentando a fala confusa, foi transferido para a UTI.

Seu irmão Roberto, salesiano coadjutor, ao tomar conhecimento da gravidade da situação, no dia da internação começou a orar por sua recuperação por meio da intercessão do Beato Artêmides Zatti.

Em seguida, um check-up neurocirúrgico indicou a necessidade de uma cirurgia que, porém, não seria possível devido à escassa situação financeira da família. Os familiares, então, decidiram levá-lo para casa para que ele pudesse passar os últimos dias de sua vida com a família. O moribundo recebeu a unção dos enfermos e quis ver os familiares e parentes para se despedir.

Roberto convidou os parentes a se unirem para rezar, invocando intensamente o Beato Artêmides Zatti.

No dia 24 de agosto de 2016, contrariando todas as expectativas, Renato tirou o tubo e o oxigênio e chamou  os parentes, dizendo que estava bem e que queria tomar banho e comer. O homem que há poucos dias havia sido trazido para casa para morrer estava saudável!

Este milagre confirma o carisma de Artêmides Zatti, cujo apelido era “o parente dos pobres”. De fato, em seu hospital de Viedma, na Argentina, Artêmides acolheu e atendeu aqueles que não podiam arcar com os custos dos medicamentos e das internações.

Com informações: Agencia Salesiana de Notícias

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