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Lula demonstra ignorância e ou má fé ao elogiar “situação privilegiada” da economia na Argentina em 2022

Luiz Inácio Lula da Silva esteve na Argentina para a 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que reúne 33 países do hemisfério e elogiou a economia do país anfitrião. Em seu discurso, afirmou que os argentinos terminaram o ano de 2022 em “situação privilegiada, não apenas na economia, na política, mas no futebol”. A falsidade da declaração pode ser comparada ao índice de inflação acumulada no ano naquele país, que chegou a 95% . A única parte verdadeira da afirmação é a respeito do futebol que, apesar do título da Copa do mundo, não escapou de uma crise no comércio das figurinhas do álbum da competição.

Na área econômica, a Argentina passa por graves problemas nas áreas do emprego, baixo crescimento, fuga de investimentos e de cidadãos. Nem mesmo seu produto mais nobre – a carne para churrasco – escapou da queda de consumo. Aliás, a carne de churrasco foi o mesmo ‘mote’ utilizado por Alberto Fernandez, imitado por Lula durante a campanha eleitoral, com a promessa de ‘picanha’ para a população.

De acordo com dados fornecidos pelo governo da Espanha, por causa das dificuldades econômicas, o número de argentinos que deixam seu próprio país conseguiu bater a taxa de venezuelanos que fogem da ditadura de Nicolás Maduro. Os imigrantes argentinos para o país europeu em 2021 foram 28 mil venezuelanos, enquanto os argentinos atingiram 31 mil, segundo reportagem publicada pela Gazeta do Povo.

De acordo com o INDEC – Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina – o último número da inflação em um ano na Argentina atingiu 94,8%. Só no mês de dezembro, o índice foi de 5,1%. O índice inflacionário revela que os produtos e serviços praticamente dobraram de preço no país durante o ano passado. O detalhe é que, apenas em um mês, a inflação da Argentina ficou próxima do índice registrado no Brasil durante o ano inteiro. De acordo com o IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – a inflação brasileira fechou o ano de 2022 em 5,79%.

A inflação argentina em 2022 representa um recorde que não se repetia por lá nos últimos 30 anos, sendo ainda uma piora em relação ao ano de 2021, quando o índice fechou o período em 50,9%. Só no mês de julho de 2022 a inflação argentina chegou a 7,4% superando em quase dois pontos percentuais a inflação de todo o ano no Brasil. Os setores que mais contribuíram para a inflação argentina foram vestuário, com 122,4%, e o de calçados, com 106,3%. Durante a pandemia, o governo da Argentina promoveu o congelamento de preços, incorrendo no erro mais primário em milênios de história da inflação. Vale citar o imperador romano Diocleciano que, no ano 301, criou o ‘Édito dos Preços Máximos’, estabelecendo tetos de preços para 900 produtos do império romano, além de 150 serviços. O resultado, descrito pelos historiadores, foi uma desastrosa escassez dos mesmos produtos e serviços.

O atual ministro da economia da Argentina, Sérgio Massa, estabeleceu para este ano uma meta mensal inflacionária de 3% a partir do mês de abril. A projeção do governo Alberto Fernandez é de fechar 2023 com uma inflação acumulada de 60%. Um índice que realmente seria uma “situação privilegiada”, somente se for comparado com o desastre econômico elogiado por Lula, registrado em 2022. Com informações: Gazeta do Povo

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