Na região de fronteira do Brasil com o Paraguai já são dois dias de chuvas contínuas. De acordo com a prefeitura local, foram 236mm acumulados. O excesso de água gerou estragos em vários pontos da cidade. Pouco antes da meia-noite de quinta para sexta-feira, a rua Porto Alegre teve uma grande inundação que deixou moradores ilhados. Eles precisaram de ajuda do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil para serem resgatados de dentro das próprias casas. A rua 12 de outubro também ficou totalmente inundada.
Hoje pela manhã, equipes da Secretaria de Obras, Defesa Civil e Assistência Social foram mobilizadas para realizar os reparos dos locais destruídos pela enxurrada. A rua México, na altura da ponte sobre o córrego São João Mirim, no Bairro Estoril, foi interditada para avaliação técnica e reparos dos estragos.
De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão Filho, a chuva da noite desta quinta-feira foi a maior registrada na região sul de Mato Grosso do Sul desde o ano de 2014. Em Ponta Porã, das 5h da manhã da quinta-feira (16/02) até as 5h da manhã desta sexta-feira (17/02) foram 270,6 mm. Um volume que supera a expectativa média de precipitações no município para todo o mês de fevereiro, que eram 162,2 mm. O índice representa 66,8% a mais do que o volume esperado. “O cavado em altitude associado ao centro de baixa pressão no Paraguai vai causar mais estragos, inclusive em Dourados”, avaliou o meteorologista.
A chuva atingiu também outros municípios da região sul de Mato Grosso do Sul com enchentes, enxurradas, trovoadas, mais de 2000 raios contabilizados e ventos de 54 km/h. Em Bela Vista foram 52,6mm, em Dourados, 72,0mm, em Caarapó, 58,6 mm, Mundo Novo, 19,2 mm, Amambai, 44,8mm. Também choveu forte em Corumbá e Ladário que registraram 24 mm e 25,2 mm respectivamente acumulados a partir das 3h da manhã desta sexta-feira, dados coletados pela estação meteorológica Anhanguera / Uniderp.
Do outro lado da fronteira — Em Pedro Juan Caballero também foram registradas inundações e enxurradas. Quatro indígenas passaram a noite inteira presos a uma árvore para não serem arrastados pela forte correnteza, após o transbordamento do rio Aquidabán. Com um helicóptero da Força-Tarefa Conjunta (FTC), militares resgataram os quatro indígenas. Eles são moradores do bairro Jakairã, onde se estima que existam outras sete famílias. As intensas chuvas ocorridas naquela região do país também provocaram alagamentos de pontes, estradas e do posto policial do bairro Guavirá, informou o jornalista Marciano Candia, do Portal Última Hora. Além disso, as casas de várias famílias ficaram debaixo d’água e outras pessoas aguardam para serem resgatadas no telhado de suas casas. Eles solicitam resgates aéreos.
Diante da situação crítica, a Prefeitura de Cerro Corá solicitou a declaração de emergência no Departamento de Amambay. É uma tarefa árdua para os bombeiros voluntários que atendem aos pedidos de resgate de muitas famílias que ficaram presas na água.
Além disso, solicitam a assistência de quatro comunidades do povo Paî Tavyterâ que se encontram em grave situação de emergência. A comunidade está localizada na área da Colônia María Auxiliadora, a cerca de 72 quilômetros da capital departamental. Enquanto a comunidade Piky Kua ficou sem a ponte de acesso. A comunidade Panambí Jaguatî também foi afetada pelo transbordamento. Durante a tarde e noite desta quinta-feira foram registradas fortes chuvas em várias zonas de todo o Paraguai.
Com informações: Portal Última Hora (PY)