A premiação foi anunciada nesta quarta-feira (22/03) e representa um reconhecimento à excelência do BC na gestão de mais de USD 300 bilhões de reservas, em meio ao cenário desafiador dos últimos anos, impactado pela pandemia da Covid-19 no mundo. As inovações e a prudência adotadas na gestão das reservas são lastro para a estabilidade financeira no Brasil. “Estou muito honrado com o reconhecimento das conquistas do BC na gestão das reservas internacionais que esse prêmio representa. Os últimos três anos foram particularmente desafiadores para bancos centrais e formuladores de políticas, que lidaram com uma série de choques que representaram considerável incerteza aos mercados financeiros e severa ameaça ao seu regular funcionamento”, afirmou o presidente do Banco do Central, Roberto Campos Neto.
“A gestão prudente e ao mesmo tempo inovadora das reservas internacionais tem sido fundamental para que o BC exerça seu mandato”, completou o presidente do BC. Já o diretor de Política Monetária, Bruno Serra Fernandes, em resposta aos organizadores do prêmio, falou da governança e mudanças na gestão das reservas nos últimos anos e compartilhou a vitória com o time. “Em nome do BC, me sinto grato em aceitar o prêmio de Gestor de Reservas do ano, que gostaria de compartilhar com a equipe do Departamento das Reservas Internacionais pelo seu extraordinário apoio e comprometimento ao longo desses anos tão exigentes. Gerenciar mais de USD 300 bilhões de reservas em um ambiente adverso como o que temos presenciado requer grande capacidade de precaução para lidar com múltiplos riscos de mercado e operacionais, e também abertura e flexibilidade para repensar processos pré-estabelecidos e promover soluções inovadores na presença de novos paradigmas. Algumas mudanças foram adotadas na gestão de carteiras e na execução da política cambial. A governança foi significativamente aperfeiçoada no processo decisório associado à alocação tática. Novas classes de ativos e instrumentos financeiros foram incorporados às reservas. O ferramental de intervenção cambial foi ampliado pelo desenvolvimento de novos tipos de leilão e linhas de liquidez. Sistemas internos foram desenvolvidos ou modernizados usando tecnologia própria”, declarou.
O anúncio do prêmio foi feito pela Central Banking, em Londres, onde funciona a sede da editora especializada em políticas públicas e mercados financeiros, com ênfase em bancos centrais.
Segundo o presidente do Comitê de Premiação, Christopher Jeffery, os “juízes observaram que o Banco Central (BC) implementou uma reformulação significativa na gestão de mais de US$ 300 bilhões em reservas cambiais nos últimos anos – um período marcado globalmente por severos choques econômicos e financeiros”.
O comitê avaliou positivamente, entre outras, mudanças no processo de investimento, inclusão de critérios de sustentabilidade e diversificação de ativos. A gestão das reservas, por exemplo, foi aprimorada pelo desenvolvimento de novos módulos nos sistemas internos do Banco Central.
A lista de avanços na gestão de reservas pontuadas pelos juízes inclui a ampliação do conjunto de moedas investidas, operacionalização interna de investimentos em títulos do governo chinês; adição de novas classes de ativos, como títulos hipotecários do governo norte-americano e títulos corporativos; maior utilização de novos instrumentos financeiros, tais como ETFs; e desenvolvimento de novos tipos de leilão para lidar com disfuncionalidades no mercado de câmbio.
Outra inovação elogiada foi a oficialização da sustentabilidade como variável obrigatória do processo de avaliação de contrapartes, lembrando que a equipe de gestão de reservas do BC já negocia títulos verdes há quase 10 anos.
O Banco Central aprimorou significativamente a governança do processo de tomada de decisão de alocação tática de ativos. “Gerenciar mais de US$ 300 bilhões em reservas em um ambiente adverso como o que vivenciamos nos últimos anos exigiu dedicação ímpar de todo o time e atenção redobrada para enfrentar os múltiplos riscos de mercado e operacionais, mas também abertura e flexibilidade para repensar processos estabelecidos e promover soluções inovadoras quando novos paradigmas se desdobram. Foi necessário promover diversas mudanças na gestão das carteiras das reservas e no aperfeiçoamento dos instrumentos de execução de política cambial”, pontuou o chefe do Departamento das Reservas Internacionais do BC, Alan Mendes.
Três prêmios — O Central Banking Awards 2023 premiou o Banco Central como o melhor gestor de reservas, uma das 13 categorias em disputa. É a terceira vez que a editora reconhece o trabalho do BC. Na premiação anterior, em 2020, o BC foi o vencedor em duas categorias: gerenciamento de riscos, pelos avanços na Gestão de Riscos Corporativos (ERM, na sigla em inglês), e melhor site de banco central, considerado um exemplo de excelência para navegação, design e elementos inovadores para levar informação ao público.
Com informações: Assessoria BC