O peão de fazenda Wilson Lima, de 56 anos, sofreu deslocamento de clavícula durante o trabalho na lida do campo, quando preparava para laçar gado no pasto. A vítima mora na fazenda São Miguel, na região de Corumbá. Para chegar até à fazenda é preciso seguir viagem de barco, que leva cerca de 9 horas pelo Rio Paraguai acima. Por conta da logística, o 3º Grupamento de Bombeiros Militar (3º GBM) teve apoio da equipe do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) no resgate do trabalhador rural para atendimento médico.
Uma viatura dos Bombeiros de Corumbá encaminhou a vítima do Porto Geral até a Santa Casa para atendimento especializado. O encaminhamento ocorreu no final da manhã desta quinta-feira (23). Ele vai passar por avaliação médica e tratamento.
A lesão sofrida pelo trabalhador rural ocorreu na terça-feira (21), pela manhã, mas por conta das distâncias existentes no Pantanal, além da chuva, foi preciso uma grande operação para garantir o resgate.
Conforme relato da vítima, ele estava trabalhando no campo e ao tentar ajudar colegas para laçar gado, sofreu o deslocamento da clavícula. A região onde ele trabalhava fica distante da casa da fazenda. Além disso, havia muita chuva na região onde trabalhava. Depois de cerca de três horas de cavalgada, o peão conseguiu chegar em casa para pedir auxílio para esposa.
Uma equipe do 3º GBM deslocou a embarcação Tuiuiu de Corumbá para o Porto São Pedro, que fica rio Paraguai acima, por volta das 5h de quarta-feira (22), após contato via rádio da fazenda, solicitando o resgate do peão. Porém, houve dificuldades relacionadas à condição climática e a equipe dos Bombeiros se encontrou com a vítima.
Do local onde o peão estava, na Fazenda São Miguel, até o Porto São Pedro são cerca de 6 horas de viagem em embarcação. Esse deslocamento sofreu atrasos e quando o barco que trazia a vítima atracou no Porto São Pedro, já era noite e por isso não pôde prosseguir até Corumbá.
“Fizemos um contato com o Instituto Homem Pantaneiro, que prontamente deslocou uma embarcação para efetuar o transporte. Uma viatura do Corpo de Bombeiros aguardava a vítima e a levou para atendimento médico”, explicou o tenente do 3º GBM Hélio dos Santos Silva.
O técnico em comunicação do IHP, Josiel Oliveira, estava em serviço na região da Comunidade Amolar, no sítio Serra Negra. Não havia possibilidade de navegação durante a noite de quarta-feira, por isso, nas primeiras horas do dia 23, Josiel fez o deslocamento de cerca de 50 minutos até o Porto São Pedro e resgatou o trabalhador rural e sua esposa até o Porto Geral de Corumbá. Essa viagem demorou em torno de três horas numa embarcação rápida.
A coordenadora de operações do IHP, Isabelle Bueno, ressaltou que só com um trabalho conjunto é possível atuar diante das longas distâncias que existem no Pantanal. “Temos um sistema de rádio no IHP que está interligado com os Bombeiros para conseguirmos fazer a comunicação e solicitar apoio, quando necessário. Esse sistema interliga o Porto São Pedro, a Comunidade Amolar e a Comunidade da Barra do São Lourenço.”
Com informações: Ascom IHP