A Venezuela vive uma crise econômica e humanitária gravíssima, que já levou 7 milhões de pessoas a deixar o país, colocou quase 95% da população na pobreza e a ditadura de Nicolás Maduro segue agindo com truculência contra os opositores do regime. E, ao contrário do que a propaganda oficial tenta fazer parecer, “a Venezuela não está consertada”.
A afirmação é de Pedro Urruchurtu, cientista político e coordenador de assuntos internacionais da Vente Venezuela, partido político comandado por María Corina Machado, a principal líder da oposição.
Em entrevista à Revista Oeste, o analista disse que há 284 presos políticos, que a perseguição a opositores e a violação aos direitos humanos prosseguem e que os dados negativos da economia – inflação acelerada, baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), dolarização de praticamente todo o comércio – podem ser observados no dia a dia do país. Há fome, miséria, doenças e ausência quase completa de serviços públicos. “O país está longe de ser consertado. A crise é severa e hoje ainda existem milhões de venezuelanos que permanecem sob controle e na miséria.”
Referindo-se ao regime comunista que Hugo Chávez, morto em 2013, começou a implantar depois de ter sido eleito pela primeira vez, em 1998, Urruchurtu disse que “o mais importante é entender que isso foi planejado, foi intencional.”
Ele também comentou a recepção calorosa dada a Maduro pelo presidente Lula. “Existe cumplicidade”, observou. “Lula não se calou sobre as violações dos direitos humanos. Foi pior. Afirmou que fazem parte de uma narrativa construída.”
Com informações: Revista Oeste