Chega o inverno, as temperaturas mais baixas trazem com elas o período de chuvas em alguns estados brasileiros. A umidade do clima provocada pelas chuvas pode deixar as edificações com foco de mofo que prejudicam não só as estruturas e vedações (paredes), mas a saúde.
De acordo com o coordenador do curso de Engenharia Civil da Uniderp, Antônio Carlos Sibellino, é preciso verificar nas áreas internas e externas, inicialmente, se a estrutura, vedações e os acabamentos da residência apresentam alguma manifestação patológica, como as fissuras e trincas, que podem facilitar a ocorrência de infiltrações, acúmulo de água e ao consequente aumento da umidade e aspectos de mofo nos ambientes, que podem prejudicar principalmente os acabamentos e as instalações elétricas. “Antes de optar por medidas para eliminar o mofo, é preciso uma análise realizada por um especialista para identificar e tratar a origem do problema. Um erro comum no período mais frio, é o reparo pontual apenas da parte da edificação que apresenta de forma visível a umidade, sem que uma vistoria completa seja realizada, o que acaba resultando em perda de dinheiro e tempo, já que posteriormente o dano surgirá exigindo nova avaliação e reforma”, afirma o engenheiro.
Após identificar o surgimento de mofo, é preciso avaliar a melhor alternativa para resolver a situação. Dentre os métodos definitivos, que envolvem reformas ou podem ser adotados enquanto o local ainda está em construção, especialmente se a obra ainda está em fase de projeto, é recomendado aumentar o fluxo de ventilação dos ambientes, por meio de janelas, e impermeabilizar as áreas da casa (processo que deve ser realizado em dias amenos e secos), sejam com argamassas com aditivos impermeabilizantes além de sistemas de pintura antimofo.
Segundo Sibellino, o tratamento superficial de paredes mofadas, com a retirada de tinta e de argamassa com uma espátula para aplicação de impermeabilizantes, é uma solução temporária viável para remediar o problema. “Essa medida pode ser adotada quando se tem um orçamento curto para resolver o caso e costuma ter durabilidade média de 5 anos”, afirma o professor da Uniderp.
No contexto de alternativas simples, a decoração também irá controlar o bolor. Os móveis da casa, principalmente os de madeira, não devem ficar encostados em pontos com mofo, uma vez que os fungos irão se proliferar em locais abafados. A limpeza periódica com uma solução de água, água sanitária e detergente não irá remover a umidade das partes da edificação, porém, pode ajudar a conter o problema de forma pontual, além de prevenir o desenvolvimento de alergias e doenças respiratórias.
TELHADOS
Os cuidados com telhados e a impermeabilização de lajes irão preservar telhas e impedir que a água da chuva entre para o interior dos estabelecimentos. É necessário solicitar uma vistoria periódica com um engenheiro qualificado para verificar se as peças estão posicionadas corretamente, identificar irregularidades como frestas de luz no interior de ambientes cobertos, além de realizar manutenção anualmente.
A limpeza com cloro e jatos de alta pressão é importante para retirar o limo, bolor e o acúmulo de folhas, galhos e outras sujeiras de calhas e rufos. A sobrecarga nestes locais em cidades onde as chuvas são mais intensas provoca infiltrações e o sistema de captação de águas pluviais deve estar adequado para receber a vazão de água. “Se possível, as ações devem acontecer antes da chegada do período mais úmido já que uma vez instalado, o fungo tende a se proliferar, além do fato de que ambientes escorregadios (no caso de limpeza de telhados), são cenário recorrente de acidentes graves e podem ser evitados se realizados por um especialista em dias mais quentes”, alerta o engenheiro. A estrutura de suporte e a trama de madeira (tesouras, terças, caibros e ripas) podem receber a proteção de cupinicida, que evita o ataque e proliferação de fungos e mofo, além de revestida com manta térmica, que auxilia no conforto e evita pequenas infiltrações que podem ocorrer nos encaixes das telhas cerâmicas, sendo que estas telhas também podem ser pintadas para evitar a absorção da água pluvial, causador de fungos e mofo em telhas mais antigas, além de evitar que as telhas saturadas gerem maior peso sobre a estrutura de suporte e a trama.
Com informações: Assessoria Uniderp