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Mural de 166 metros será inaugurado nesta sexta-feira em Ponta Porã

Pintura tem filtro do Instagram pelo qual usuários da rede social podem fazer vídeos animados com elementos do desenho

Na próxima sexta-feira (30/06) será inaugurado o mural de 166 metros quadrados pintado pela renomada artista plástica e professora Angela Silva, localizado no campus de Ponta Porã do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). O evento está marcado para as 15 horas e contará com a exibição do vídeo-documentário “Entrelinhas”, que mostra todo o processo de pintura e inclui entrevistas realizadas durante a pesquisa para a produção da obra.

Além das cores vibrantes e dos desenhos que representam a fronteira, o mural também chama a atenção pelo uso da realidade aumentada. Através de um filtro no Instagram, os visitantes poderão posicionar a câmera de seus celulares em frente à pintura e, ao olharem pela tela, verão pássaros batendo asas e um coração pulsante.

“Vi algumas referências nas redes sociais, não é muito comum, mas tem alguns trabalhos de street art que as pessoas têm feito realidade aumentada em murais. E quando eu vi, achei muito interessante, porque você coloca movimento numa coisa que é parada. Na arquitetura, num prédio e de repente você consegue colocar movimento. Eu acho muito interessante”, conta Angela.

A produção do mural teve início em março e, desde então, foram necessários 28 dias de trabalho efetivo para finalizar a obra. Imponente, ela pode ser vista por quem chega ou sai da cidade pela BR-463. Angela relembra os desafios encontrados durante a composição: “Encontrei um pouco de dificuldade no momento de fazer a composição porque encontrei respostas muito contraditórias das pessoas que entrevistei durante a pesquisa. Algumas pessoas dizendo que viver na fronteira é algo normal, natural, já algumas outras respostas mostravam outro aspecto.”

A partir dessas reflexões, a artista se questionou sobre qual direção seguir, mas, por fim, entendeu que a identidade fronteiriça pode englobar os mais diversos aspectos. “Tive essa percepção de que as coisas podem coexistir, pois é uma fronteira, você tem os dois lados ao mesmo tempo. Uma professora que entrevistei falou do acolhimento, aqui tem uma cultura muito acolhedora, outras pessoas lembraram da violência, tem a ancestralidade, há toda uma alteridade”, afirma Angela.

No mural, há duas jovens mulheres representando as duas nações, além de aves que se relacionam, demonstrando a livre circulação entre os países. Também está presente uma senhora que borda um tecido feito do cosmos, retratando a ancestralidade.

“Essa questão da dualidade está colocada ali nesse lugar. Tem tons frios e tons quentes, muito azul e muito vermelho. Tudo isso veio desse lugar de tentar representar isso que estava muito presente na fala das pessoas, essa dualidade, essa coisa que parece contraditória, mas que aqui coexiste e, de alguma forma, encontrou equilíbrio“, explica a artista.

O projeto “Entrelinhas” foi contemplado pelo FIC (Fundo de Investimentos Culturais), promovido pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), através da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (Setescc), do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Este trabalho também conta com o apoio do IFMS. A inauguração do mural representa um marco cultural para a região, oferecendo aos visitantes uma experiência única que combina arte, tecnologia e reflexão sobre a identidade fronteiriça.

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