O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu vetar a venda de 450 blindados Guarani, utilizados pelo Exército brasileiro, para a Ucrânia. Esses veículos militares, que foram projetados como ambulâncias, seriam destinados a missões humanitárias no país europeu.
O negócio, que poderia movimentar cerca de R$ 3,5 bilhões, representaria uma das maiores transações da indústria de defesa brasileira. No entanto, o Departamento de Assuntos Estratégicos, de Defesa e de Desarmamento do Ministério das Relações Exteriores manifestou seu veto à negociação no final de maio. Embora a decisão tenha sido mantida em sigilo, a Iveco Defense Vehicles (IDV), responsável pela fabricação dos blindados em Sete Lagoas (MG), foi informada sobre o veto no mês de junho.
Os blindados do Exército seriam pintados nas cores do serviço de emergência e resgate ucraniano, visando transportar feridos e civis em segurança para fora das áreas de combate. O veículo Guarani, desenvolvido pela IDV, é parte de um programa de modernização das Forças Terrestres e conta com um motor argentino e suspensão alemã.
A nova versão do Guarani possui capacidade para transportar duas macas com feridos, além de três pacientes sentados, o médico, seu assistente, o comandante do veículo e o motorista. Sua blindagem é resistente a estilhaços de projéteis de artilharia de calibre 155 mm detonados a uma distância de até 80 metros, além de tiros de calibre 12,7 mm disparados a uma distância de até 100 metros, bem como metralhadoras de calibre 7,62 mm. Além disso, o blindado foi projetado para proteger sua tripulação contra explosões de minas.
A decisão do governo de vetar a venda dos blindados para a Ucrânia levanta questionamentos sobre os motivos por trás dessa medida. Enquanto alguns argumentam que o veto se baseou em preocupações estratégicas ou políticas, outros questionam a possível influência de pressões diplomáticas internacionais. O fato é que essa decisão tem impacto direto na indústria de defesa brasileira, no comércio internacional e nas relações bilaterais entre Brasil e Ucrânia.
Resta aguardar as justificativas oficiais do governo brasileiro para compreender os fundamentos que levaram ao veto dessa importante transação, que poderia impulsionar o setor de defesa nacional e fortalecer a cooperação com outros países.
Com informações: Revista Oeste