“Não é o poder que corrompe o homem. O homem é que corrompe o poder” (Ulysses Guimarães)
É uma cicatriz que perdurará por séculos. Nada apagará essa nódoa que envergonha todos os homens honestos que trabalham e tentam educar seus filhos para que vivam dignamente.
Em qual nação do mundo um indivíduo semi-analfabeto filiado a um partido de esquerda e acobertado por vários outros partidos políticos e todos juntos provocaram o maior assalto já perpetrado contra uma nação na face terra, foram presos, condenados, depois descondenados, seria eleito presidente?
Quem imaginaria isso?
Somos uma sociedade de bandidos? Não acredito.
Em 2018, o povo brasileiro cansado de tanto esbulho, mentiras e roubalheiras patrocinado pela dupla Lula/Dilma, pelo PT e pelos asseclas de diferentes partidos que os apoiaram durante 16 anos de governo contínuo, elegeram Bolsonaro. O povo imaginava alguém que fizesse cessar toda roubalheira, alguém que limpasse o Brasil da sujeira Petista.
Isto nos leva ao mito de Hércules.
Esse mito relatado tanto pelos Gregos como pelos Romanos, nos mostra os feitos sobre- humanos do Herói e eles são envoltos em episódios trágicos. Hércules procura sempre vencer a morte e melhorar o mundo, por isso seus feitos adquirem simbolismos filosóficos e morais.
Entre os feitos espetaculares de Hércules estão os doze trabalhos. Eles foram executados e cumpridos em pagamento a uma penitência imposta ao Herói. A deusa Hera, enciumada, lançou um encanto sobre Hércules e ele enlouqueceu e, nesse acesso de loucura, assassinou sua esposa, Mégara e seus três filhos.
Quando se deu conta do que havia feito, o herói se isolou, fugindo para o campo e vivendo sozinho. Foi encontrado por seu primo Teseu, e foi convencido a visitar o oráculo em Delfos, para recuperar sua honra. O oráculo lhe contou que, como penitência, Hércules deveria executar uma série de doze tarefas ou trabalhos, e servir doze anos a Euristeu, e ao final dos trabalhos ele se tornaria imortal.
Entre os doze trabalhos, nos fixaremos em um: “Os Currais de Augias”. Em alguns autores que relatam o mito, esse trabalho aparece como o quinto trabalho de Hercules, em outros como o sexto. A história se passa assim:
– “O rei Augias possuía um rebanho de três mil bois em seus currais.
Esses currais estavam imundos, há trinta anos não eram limpos.
Estavam tão fedorentos que exalavam um gás mortal.Hercules afirmou que limparia os estábulos em um dia se o rei lhe desse em troca um décimo do seu melhor rebanho.
Era uma tarefa porca, indigna de um herói, limpar excrementos bovinos. O rei aceitou a oferta.
Hércules vagou pelo reino de Augias e notou que dois rios, o Alfeu e o Peneu, corriam mansamente pela região e passavam perto dos estábulos cheios de dejetos dos bois.
Durante a noite, Hércules preparou sua estratégia que mesclaria força e inteligência. Primeiro, derrubou o muro que protegia a parte de trás dos estábulos. Em seguida, cavou largas valas com as próprias mãos e redirecionou os grandes rios Alfeu e Peneu, que passavam perto, para que fluíssem pelo pátio. Em poucos instantes, com a modificação do curso dos rios, eles passaram a correr por entre as estrebarias, limpando seus detritos em apenas um dia e sem que ele tivesse que sujar as mãos com a tarefa”.
Assim “Limpar os Currais de Augias”, também passou a significar a reforma de qualquer administração pública ou particular, onde imperam a desordem e a desonestidade.
No Brasil, o rei Augias-Lula e seus asseclas tinham um estabulo fedorento, cheio, com participação de empreiteiras, fraudes, truques contábeis, propinas, corrupção na Petrobrás, Correios, a invenção de Caixa 1 e Caixa 2 de empresas, um sistema completo de corrupção de partidos, leis compradas, políticos especialistas em intermediação, venda de cargos e trocas de benesses…
O país estava envolto em descrença, vítima da epidemia chamada corrupção e da sujeira generalizada. E o povo elegeu Bolsonaro pensando que ele poderia resolver o problema.
Mas o rei Augias-Lula e seus asseclas não eram elementos inertes, naturais, mas homens perversos, diabólicos. Assim, desde o primeiro dia da eleição de Bolsonaro, três frentes de ataques foram montadas: a imprensa, o parlamento e o poder judiciário. Associaram-se a estas os artistas, professores de esquerda e religiosos.
Essas frentes conseguiram libertar e inocentar todos os ladrões que haviam assaltado o país e descondenar o rei Augias-Lula para participar da eleição de 2022.
De forma coordenada atacaram o governo Bolsonaro durante 4 anos e seus ataques envolviam mentiras, promessas, acusações e narrativas sem sentido.
Bolsonaro virou alvo e nem ele nem ninguém deveria duvidar sobre a perfeição do atual sistema de urnas eletrônicas, só adotado, além do Brasil, em dois países, Butão e Bangladesh. Até hoje está sendo processado por isso.
Foi acusado de tudo: genocidio, assassinato de índios, quilombolas e gays, defesa da cloroquina…
Em um texto chamado “Carta para o Brasil do amanhã”, publicado pelo site Uol, em 27 de outubro de 2022, o rei Augias-Lula afirmava, falando de Bolsonaro:
“é o país do ódio, da mentira, da intolerância, do desemprego, dos salários baixos, da fome, das armas e das mortes, da insensibilidade, do machismo, do racismo, da homofobia, da destruição da Amazônia e do meio ambiente, do isolamento internacional, da estagnação econômica, do apreço à ditadura e aos torturadores. Um Brasil de medo e insegurança com Bolsonaro”.
E assim tomaram o poder.
Disse JR Guzzo, no texto intitulado “A caminho de um Brasil sem povo”, publicado na Revista Oeste:
-“Os ministros, para ficar só no mais grosso, eliminaram as leis brasileiras para tirar Lula da cadeia, onde cumpria pena pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e para anular todos os processos penais contra ele, de modo a possibilitar a sua candidatura à Presidência da República. Em seguida, através do TSE, comandaram a campanha mais escura, contestada e parcial da história eleitoral brasileira, com um sistema de urnas eletrônicas que não é utilizado em nenhuma democracia do planeta; contaram os votos e declararam que Lula tinha ganhado”.
Seis meses depois da posse o que se vê no país é exatamente o contrário do que Augias- Lula afirmava sobre o governo Bolsonaro.
A chuva de picanha e cerveja prometida era apenas para ganhar votos.
O Brasil de Augias-Lula exala ódio, tem milhões de desempregados, a fome aumentou, a democracia é relativa, a mentira é o seu principal programa de governo, intolerância, desemprego, salários baixos, fome, armas, mortes, insensibilidade, machismo, racismo, homofobia, destruição da Amazônia e do meio ambiente, isolamento internacional, estagnação econômica, apreço às ditaduras, “excessos” do Judiciário, “experimentação regulatória”, na invenção de Fachin, ou a censura em situação “excepcionalíssima”, como naquela decisão da ministra Cármen Lúcia. Há cara-de-pau para tudo.
Augias-Lula é adulado pela maior parte da imprensa que se dedica a exaltação de seu governo e do ministro Alexandre de Moraes. Os grandes jornais são copias vergonhosas do Granma de Cuba e o Pravda da antiga Rússia.
Elogiam a censura e praticam a autocensura produzindo medo e recuo. Assim temos “jornalista com passaporte retido, parlamentar perseguido, blogueiro censurado, humorista preso, um partido banido por um punhado de tuítes irrelevantes, professor de economia censurado por indagar alguma coisa sobre o sistema eleitoral, um grupo de empresários deputados banidos da internet, em decisões ‘de banidos por um papo-turad no WhatsApp, deputados banidos da internet, em decisões de ofício, à revelia da imunidade assegurada no Artigo 53° da Constituição”.
Há, no país, “a tese da tutela estatal sobre a verdade”.
Não, Bolsonaro não era Hercules. Muito menos herói. A limpeza que ele iniciou necessitava de dois rios de água corrente, como fez Hercules. Ele usou apenas uma mangueira de jardim e a montanha de excrementos depositadas nos currais do PT, sequer se moveu, graças às inovações do consórcio STF-Imprensa-Parlamento.
O Hercules brasileiro que lavaria as estrebarias de Augias-Lula foi rapidamente suprimido e o povo enganado chora: ainda não foi capaz de entender o que aconteceu e como está sendo manipulado.
Os que tramaram para tomar o poder confessam, sem nenhum pudor:
“A democracia é relativa”. (Lula, o presidente);
“Nos derrotamos o Bolsonarismo”. (Barroso, ministro do supremo).
A mancha é indelével no seio da sociedade brasileira e os “Currais de Augias” voltaram a feder.
Por: Carlos Sampaio – Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Publicado originalmente no Jornal da Cidade Online