Na última terça-feira (08/08), o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu uma decisão marcante que tem potencial para redefinir a dinâmica entre a imprensa e suas responsabilidades legais. A Corte determinou que veículos de comunicação podem ser considerados responsáveis por declarações injuriosas, difamatórias ou caluniosas feitas por entrevistados em suas plataformas. O julgamento, que teve início em junho de 2020 no plenário virtual, finalmente chegou a uma conclusão com o voto predominante de Alexandre de Moraes.
O caso que levou à condenação do Diário de Pernambuco envolveu uma situação em que um entrevistado proferiu acusações criminosas contra um terceiro indivíduo. A decisão do STF tem o potencial de desencadear mudanças significativas no funcionamento da imprensa brasileira, gerando debates intensos sobre os limites da liberdade de expressão e os deveres éticos dos meios de comunicação.
O voto de Alexandre de Moraes ganhou destaque por sua ênfase na necessidade de equilíbrio entre liberdade de imprensa e responsabilidade por conteúdo publicado. O magistrado defendeu a adoção de uma abordagem que ele chamou de “liberdade com responsabilidade”. Essa abordagem não se trata de uma censura prévia, mas sim da possibilidade de análise posterior e responsabilização por informações que se provem injuriosas, difamadoras, caluniosas, mentirosas, bem como pelos eventuais danos materiais e morais que possam resultar delas.
O voto de Moraes foi seguido por outros membros proeminentes do STF, incluindo Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski (que hoje está aposentado), Luiz Fux e Gilmar Mendes. A decisão da Corte estabelece um precedente importante para casos futuros em que a imprensa esteja envolvida na divulgação de declarações controversas e potencialmente prejudiciais feitas por indivíduos entrevistados. A indústria da mídia e os defensores da liberdade de expressão agora enfrentam o desafio de conciliar a vital importância de um espaço de imprensa livre e a perseguição do poder judiciário brasileiro a jornalistas que e formadores de opinião.
Com informações: Gazeta Brasil, Revista Oeste