A Alemanha enfrenta uma crise no abastecimento, com supermercados lidando com prateleiras quase vazias, demissões em massa e o fechamento de lojas. Além das reduzidas perspectivas de crescimento, o país, um dos mais ricos do mundo, está enfrentando obstáculos que ameaçam sua estabilidade econômica.
Greves consecutivas atingem diversos setores, especialmente distribuição, varejo e transporte, gerando situações críticas em várias regiões. A cadeia de supermercados Rewe Hoffmann vive dias difíceis, com o fechamento de lojas provocado pela crise econômica, alta taxa de desemprego e prateleiras mantidas abaixo de 75%.
A gerente da rede de supermercados, Dana Hoffmann, revela que as vendas caíram 20%, enquanto as despesas dispararam. Os horários de funcionamento foram reduzidos, e demissões já são uma realidade. Sindicatos e empresas do varejo estão em impasse há mais de seis meses devido a negociações salariais, causando greves de motoristas de caminhão e impactando entregas e abastecimento, resultando na escassez de produtos.
Supermercados menores, com capacidade de armazenamento limitada, são os mais afetados. As previsões indicam uma situação ainda mais grave, pois não há acordo à vista entre trabalhadores e sindicatos. A greve dos trabalhadores ferroviários, prevista para esta semana, promete agravar a circulação de mercadorias, comprometendo o abastecimento de armazéns e lojas. A paralisação deve persistir até o final do ano, com pausa temporária no Natal, segundo o sindicato de maquinistas GDL, afetando as festividades na Alemanha.
Em contrapartida, grandes redes como Lidl e Aldi, com estruturas sindicais mais flexíveis, têm enfrentado impactos menores.
Publicação original de Pedro Zagacho Gonçalves para o “Executive Digest”