Nos últimos tempos, a divulgação de imagens produzidas por meio de Inteligência Artificial (IA) vem assustando não só as celebridades, como pessoas da sociedade em geral que temem ter seus perfis nas redes sociais modificados e divulgados sem qualquer consentimento.
Caio Moreno Rodrigues Sampaio, advogado e coordenador do curso de Direito da Uniderp, explica que a Inteligência Artificial é uma realidade que tem ganhado cada vez mais espaço, como meio de facilitar o dia a dia das pessoas em tarefas que antes dependiam de tempo e dedicação pessoal. “Perceber as vantagens no emprego dessas ferramentas é essencial para aproveitar, cotidianamente, as conveniências que elas oferecem. Contudo, é crucial não ignorar que indivíduos mal-intencionados também têm acesso à IA, o que coloca em risco a segurança da imagem e dados pessoais de qualquer pessoa”.
Com o crescimento dos golpes de IA, o advogado alerta para as ações mais frequentes.
Ataques de Inteligência Artificial direcionados. Neste golpe, os criminosos buscam explorar vulnerabilidades de algoritmos de aprendizado, manipulando sistemas, podendo resultar em manipulação de preços, ações fraudulentas, distorção de informações, dentre outras ações que possam causar prejuízos diversos.
O crime de Phishing. Os golpistas por meio de chatbots com capacidades limitadas de IA se passam por empresas ou instituições legítimas, e com isso, tentam enganar e obter informações confidências de pessoas, como senhas, número de cartão de crédito etc.
Manipulação por meio de Deepfakes. Os indivíduos utilizam a IA para manipularem e criarem áudios, vídeos falsos, mas que parecem autênticos. Inclusive, já se verificam casos em que os golpistas manipularam a voz de uma pessoa e após, entrou em contato com um familiar para “pedir” dinheiro. Outro ponto, é que a tecnologia pode ser usada para até mesmo difamar pessoas, criar notícias que não condizem com a verdade e, manipular informações de forma leviana.
Fui vítima e agora?
Caio Moreno salienta que o recomendado é sempre ter cautela antes de fornecer informações pessoais, pois há golpistas tentando a todo tempo angariar vantagens e utilizam de vários meios para ações mal-intencionadas. “Mediante indícios de ter sido vítima de manipulação por IA, reunir provas do golpe é crucial. Arquivar evidências detalhadas e preservar registros de conversas e mensagens com chatboats, além de seguir imediatamente com a denúncia, facilitará a investigação e identificação dos infratores”.
Outro ponto fundamental, segundo o professor de direito, é que caso a ação envolva plataformas de empresas ou instituições, é de extrema importância que estas sejam informadas para que possam auxiliar na investigação, assim como tomar medidas que resolvam o problema existente, evitando assim, que novas pessoas sofram com o mesmo fato.
Já para se proteger dos golpes de uma ação de Inteligência Artificial, o advogado reforça que é importante ficar atento aos sinais e saber quais são as armadilhas mais usadas para a manipulação da IA com a finalidade de fraudar, como por exemplo o Deepfake e Phishing. “Quando a oferta ou promessa é boa demais para parecer verdade, desconfie e analise bem. Busque informações da instituição ou ainda se o contato está de fato ligado à empresa, por exemplo. Só então, forneça os dados com muito cuidado, além de considerar o uso de soluções de segurança atualizadas em Inteligência Artificial Cibernética que podem bloquear atividades suspeitas relacionadas à tecnologia”, completa o especialista.
Com informações: Ascom Uniderp.