Uma cena inusitada (nem tanto, quando se trata de Campo Grande,MS) chamou a atenção da gerente comercial Thaís Romeiro Shirata na manhã deste sábado. Dois ciclistas faziam a proteção de uma serpente que atravessava a Avenida Afonso Pena, na esquina com a Paulo Coelho Machado.
Surpreendida com a cena, Thaís ainda consegui registrar em vídeo. “Não me assustei, estava com a minha mãe no carro e gritei: ‘mãe olha lá a cobra’! E até brinquei dizendo que os animais daqui são conscientes e atravessam a avenida na faixa de pedestres”, revela.
Apenas pelas imagens, não é possível identificar a espécie da serpente. De acordo com o biólogo Newton Brites, nessa distância em que foi filmada, pode ser uma salamanta ou uma urutu. Ele notou algumas características como a cauda fina e longa, e as manchas escuras na parte superior do dorso. “Essas características descartam duas espécies comuns em Campo Grande, a cascavel e a coral, mas também não parece ser uma jararaca. Não dá para cravar nenhuma com certeza”, afirmou.
A convivência entre humanos e animais selvagens, particularmente serpentes, no ambiente urbano, é um tema que suscita preocupações significativas. O avanço das áreas urbanas sobre habitats naturais e a mudança no comportamento das espécies são fatores determinantes que intensificam os riscos e desafios dessa interação.
O biólogo ainda alerta que presença de serpentes em áreas urbanas representa um risco direto à saúde humana. “Muitas espécies de serpentes são venenosas e podem causar acidentes graves ou até fatais. O aumento da urbanização resulta na destruição dos habitats naturais, forçando esses animais a buscar refúgio em áreas habitadas por humanos. Em consequência, os encontros entre humanos e serpentes tornam-se mais frequentes. A falta de conhecimento sobre como lidar com esses animais e a tentativa de eliminá-los podem resultar em picadas, levando a emergências médicas que exigem atendimento especializado e rápido”, finalizou.