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Método de cálculo da taxa de desemprego induz a ilusões de pleno emprego no Brasil

Dados apresentados pelo IBGE são um disfarce para uma realidade econômica catastrófica

As inconsistências entre os dados oficiais de desemprego divulgados pelo IBGE e a realidade já é percebida por muitos brasileiros. Segundo o instituto de estatísticas oficial do governo, o Brasil atingiu mínimas históricas na taxa de desemprego, com 103 milhões de pessoas ocupadas e 7 milhões desocupadas na população economicamente ativa. Contudo, o aumento nos pedidos de seguro-desemprego gera questionamentos. Os dados foram analisados pela mestre em Contabilidade Gerencial e Tributária Josiane Maria Haese. “Se há tanta empregabilidade, por que os pedidos de seguro-desemprego estão crescendo? Algo não fecha nesses números”, afirmou Haese.

Olhar 67 - Método de cálculo da taxa de desemprego induz a ilusões de pleno emprego no Brasil
Josiane Maria Haese. Foto: Arquivo pessoal

Metodologia e exclusões nos dados do IBGE
A metodologia do IBGE considera desempregadas apenas as pessoas na força de trabalho, ou seja, aquelas com 14 anos ou mais que estão ocupadas ou buscando ativamente emprego. Em contrapartida, os brasileiros que poderiam trabalhar, mas não procuram emprego, são classificados como fora da força de trabalho e não entram no cálculo. “Isso significa que milhões de pessoas que não estão procurando emprego, mas poderiam estar trabalhando, simplesmente desaparecem da taxa de desemprego”, explicou a especialista. Em junho deste ano, esse grupo somava cerca de 67 milhões de pessoas, o equivalente a 31% da população acima de 14 anos.

Benefícios sociais e impacto na força de trabalho
Também chamam a atenção o aumento nos benefícios sociais, como o Bolsa Família, que estaria contribuindo para a redução do número de pessoas em busca de emprego. “Se uma família pode receber mais de R$ 3.600 com benefícios, para que procurar emprego formal?”, questionou Haese. Os gastos com o programa subiram de R$ 30 bilhões em 2021 para R$ 170 bilhões em 2024, representando 2,5% do PIB. Essa situação, segundo a especialista, estimula a permanência fora do mercado de trabalho formal.

Relação entre benefícios sociais e emprego formal
A dependência dos auxílios sociais no Brasil ultrapassou os limites do esperado. “Hoje, em 12 estados brasileiros, há mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada. Isso mostra a gravidade da situação.” Josiane também relatou casos de pessoas que recusam empregos formais para não perder os auxílios. Essa escolha, segundo a especialista, contribui para a exclusão de milhões de brasileiros da força de trabalho e distorce os dados oficiais.

Críticas ao método de cálculo e dependência assistencial
Embora os números do IBGE estejam corretos dentro de sua metodologia, eles não representam a realidade. “A metodologia favorece o governo ao criar a ilusão de pleno emprego, enquanto mais brasileiros se tornam dependentes do assistencialismo.” Ela finalizou afirmando que “quem paga essa conta é o trabalhador formal, que vê seus impostos financiando uma estrutura cada vez mais cara e ineficiente” finalizou Josiane Haese

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