Análise de casos de síndrome respiratória aguda grave
Pesquisadores brasileiros analisaram mais de 15 mil casos de síndrome respiratória aguda grave (SARS) causada pela COVID-19 entre 2020 e 2023. O estudo avaliou a mortalidade pós-infecção, com destaque para os impactos da vacinação no longo prazo.
Mortalidade no primeiro ano
Os dados indicam que 91,5% das mortes ocorreram no primeiro ano após o início dos sintomas. Grupos mais vulneráveis incluíram idosos, pessoas com comorbidades, como diabetes, doenças cardíacas e renais, além daqueles com baixa escolaridade.
Relação entre vacinação e risco de morte
A pesquisa mostrou que a vacinação reduziu o risco de morte em até 18% no primeiro ano após a infecção. No entanto, após esse período, entre os vacinados com uma ou duas doses, o risco de mortalidade dobrou.
Fatores associados ao aumento da mortalidade
Entre os principais fatores de risco identificados, destacaram-se diabetes, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e baixa escolaridade. A mortalidade elevada entre vacinados com múltiplas condições preexistentes sugere a necessidade de mais investigações sobre os efeitos da vacinação no longo prazo.
Implicações e necessidade de novos estudos
O estudo levanta questões sobre a relação entre vacinação e saúde a longo prazo, especialmente em populações vulneráveis. Segundo o médico Marcos Falcão, os achados indicam a necessidade de monitoramento contínuo e pesquisas adicionais para avaliar os impactos da vacinação além do primeiro ano pós-infecção.
Fonte: Rodrigues & Andrade, 2024. Frontiers in Medicine.
Artigo completo disponível em: Frontiers | Evaluation of post-COVID mortality risk in cases classified as severe acute respiratory syndrome in Brazil: a longitudinal study for medium and long term